O discurso de campanha de Jair Bolsonaro e a sua inconsistência o colocam diante de uma necessidade: a de não demorar a fazer barulho com medidas governamentais.

Um janeiro vazio de novidades, restrito a “plano de 100 dias”, “revisão dos atos governamentais”, “grupos de estudo” e “comissões de alto nível”, serão muito ruins para o ex-capitão, que elegeu-se com o “prendo e arrebento”.

A tal “Agenda de Governo“, divulgada ontem, é um mero manual de regras de comportamento de servidores públicos, que poderia estar pronto há anos, sem que nenhuma linha precisasse ser alterada e, no restante, apenas um calendário de “reuniões de alinhamento”.

Na apresentação, Ônyx Lorenzoni apela aos futuros dirigentes estatais que até 10 de abril “seja traçada uma agenda de governo com ações prioritárias para cada um dos ministérios e, em especial, a seleção de uma política a ser efetivamente entregue para o povo brasileiro nos primeiros 100 dias de governo”.

Embora seja de se perguntar o que fizeram em 60 dias de transição, era esperado.

Este é um governo que se elegeu sem programa e vai governar sem ele, à base de factóides.

Dois meses de transição e tudo o que há como planos são declarações vagas, como “meter a faca no Sistema S”, leiloar aeroportos (em 2020!) e passar para 10 anos o prazo em que caducam as carteiras de motorista. Ah, sim: comprar alguma usina de dessalinização de Israel, transferir nossa embaixada naquele país para Jerusalém, jurar amor a Trump e a Olavo de Carvalho e acabar com a fiscalização sanitária nos matadouros de gado.

Se esqueci de algo importante, avisem-me.

Parece evidente que não poderá ser essa a música que vai tocar em janeiro.

Apesar das declarações do General Mourão de que “não haverá impactos ou pacotes”, é improvável que Bolsonaro não “tuíte” medidas provisórias até lá.

Quem (sobre)viver, verá.

TIJOLAÇO

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