Jair Bolsonaro chamou um site de onde sabe que não viriam perguntas incômodas – o que deveria chamar-se O Bolsonarista – para dar explicações sobre os R$ 24 mil transferidos da conta do PM e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, que se destinaram à conta de sua mulher, Michele.
Segundo ele, o PM é seu amigo e recebeu dele um empréstimo pessoal de R$ 40 mil, pelo qual teria dado dez cheques de R$ 4 mil que, por falta de tempo, teria mandado depositar na conta de sua mulher.
“Emprestei dinheiro para ele em outras oportunidades. Nessa última agora, ele estava com um problema financeiro e uma dívida que ele tinha comigo se acumulou. Não foram R$ 24 mil, foram R$ 40 mil. Se o Coaf quiser retroagir um pouquinho mais, vai chegar nos R$ 40 mil (…)Eu podia ter botado na minha conta. Foi para a conta da minha esposa, porque eu não tenho tempo de sair. Essa é a história, nada além disso. Não quero esconder nada, não é nossa intenção”.
Bem, empréstimo de R$ 40 mil não são cem ou duzentos reais que você dá para um amigo agar uma conta vencida. Neste valor, e raramente, é coisa de família, de pai para filho. Portanto, Fabrício – cuja família inteira foi empregada nos gabinetes do filho e do pai era “de casa”, não apenas um motorista.
E é virtualmente impossível deixar de ver que alguém que movimenta R$ 1,2 milhão em sua conta bancária não “estava com um problema financeiro”.
Na Folha, Flávio Bolsonaro diz que o ex-assessor deu-lhe um explicação “bastante plausível” sobre a movimentação financeira. Mas não disse qual foi e anunciou que somente será exposta ao Ministério Público. Ao que parece, portanto, não é tão simples como, por exemplo, um recebimento de herança ou um prêmio de loteria, coisas facilmente comprováveis.
A explicação, seja qual for, não explica porque uma pessoa que está movimentando tanto dinheiro precisaria pedir R$ 40 mil ao “amigo” Jair. Nem dá motivos sobre a razão de demitir um amigo em dificuldades, pouco tempo antes do término do mandato, ainda mais quando este está “em dificuldades financeiras”.
Onyx Lorenzoni deu um “chilique” com a imprensa; Sérgio Moro fechou-se em copas.
Desta vez, a confusão em que os Bolsonaro se meteram, parece, é mais complicada que a da Wal do Açaí.
Como era mesmo aquela história do “quem não deve não teme”, Dr. Moro?
TIJOLAÇO

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