A visita – longa, a manhã inteira – de Flávio Bolsonaro ao pai, no Palácio da Alvorada não foi, claro, para matar as saudades ou saber como vão as netinhas.

E não foi, também, essencialmente para orientar o “pimpolho” sobre o que fazer, pois é inacreditável que isso já não esteja sendo combinado desde que surgiu o caso Fabrício.

Foi para sinalizar “à tropa” que o pai-presidente não vai se separar do filho em suspeita e que, portanto, é bom já ir se calando quem acha que vai jogar Flávio ao mar.

Não é sinal de quem, como dizem os jornais “quer evitar que as denúncias contaminem o governo”, ao contrário, embora ele tenha evitado a foto simbólica do encontro, ao menos por enquanto (sempre há o twitter oficial, não é?).

É indicador de que não admitirá dissenções quanto a isso dentro do governo.

E de que sentiu que o episódio provocou baixas importantes entre seus apoiadores.

Além do silêncio sepulcral de Sérgio Moro, os “falantes” terão de falar pela cartilha. O general “canelento” Hamílton Morão já veio a público repetir a cantilena de que há movimentação suspeita nos gabinetes de outros deputados, como se a linha do “sou, mas quem não é?” pudesse ser um caminho político para o problema.

Jair Bolsonaro vai jogar seu capital político de início de mandato na mesa podre dos negócios do filho, mesmo sabendo que terá de moderar a farra de influência da trinca filial. Moderar, não anular, ao menos por agora.

Não apenas porque são filhos, mas porque sua imagem e sua campanha sempre se basearam no mito da “Família Bolsonaro”.

Pode até ter sucesso, considerando que há um Judiciário dócil a ele, por reacionário.

Mas isso é uma incógnita, mais obscura que as contas bancárias do rapaz.


TIJOLAÇO

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