ENTRADA DA CAVERNA DE DENISOVA, NA SIBÉRIA (FOTO: ДЕМИН АЛЕКСЕЙ БАРНАУЛ/WIKIMEDIA COMMONS)
Pesquisadores criaram linha do tempo que indica que diferentes espécies de hominídeos habitaram o local
Durante a última década, a caverna de Denisova, na Sibéria, possibilitou incríveis achados para a arqueologia. O hominídeo de Denisova desapareceu, mas pesquisas apontam que ele se relacionou com os humanos modernos, visto que pessoas doLeste Asiático e a Nova Guiné ainda carregam fragmentos do DNA denisovano, por exemplo.
Katerina Douka, arqueóloga do Instituto Max Planck para a Ciência da História da Humanidade na Alemanha, e outros especialistas mapearam a história da caverna de Denisova. Eles dataram 103 camadas de sedimentos no chão, assim como 50 itens encontrados, como ossos, pedaços de carvão e ferramentas.
A linha do tempo mostra que humanos ocuparam o local por cerca de 300 mil anos, levantando evidências de que os denisovanos já tinham pensamentos sofisticados.
Escavações
Na década de 1970, cientistas russos descobriram fósseis de hienas e ursos, fragmentos de ossos semelhantes a humanos, ferramentas de pedra, pulseiras, miçangas e outros ornamentos. Em 2010, pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva identificaram DNA em dentes e ossos da caverna. Além do DNA de denisovanos, alguns esqueletos continham genes neandertais.
Ao comparar as mutações nos DNA, os pesquisadores conseguiram determinar onde ambas espécies de hominídeos se encaixam na árvore genealógica humana. Os humanos modernos compartilham um ancestral comum com os denisovanos e neandertais que viveram cerca de 600 mil anos atrás. Mais tarde, quase de 400 mil anos atrás, ambas linhagens se dividiram.
Ao comparar as mutações nos DNA, os pesquisadores conseguiram determinar onde ambas espécies de hominídeos se encaixam na árvore genealógica humana. Os humanos modernos compartilham um ancestral comum com os denisovanos e neandertais que viveram cerca de 600 mil anos atrás. Mais tarde, quase de 400 mil anos atrás, ambas linhagens se dividiram.

OSSOS E DENTES ENCONTRADOS NA CAVERNA DE DENISOVA (FOTO: KATERINA DOUKA)
Os primeiros sinais de humanos na caverna (ferramentas de pedra simples) têm mais de 287 mil anos. Como os itens não têm o estilo associado ao Homem de Neandertal, concluiu-se que os denisovanos tenham sido os primeiros.
O DNA mais antigo de denisovano é estimado entre 217 mil e 185 mil anos. Uma amostra de DNA neandertal vem de uma camada que se formou entre 205 mil e 172 mil anos atrás.
Nos milênios que se seguiram, tanto os denisovanos quanto os neandertais deixaram mais evidências genéticas na caverna, que pode ter sido continuamente ocupada por um grupo, depois abandonada e reocupada por outros. Mas as duas espécies de hominídeos devem ter se sobreposto pelo menos uma vez durante esses anos.
Os pesquisadores não encontraram restos de Neandertal nas camadas mais recentes do chão da caverna, apenas do Homem de Denisova. Um dente denisovano remonta entre 55.300 e 84.100 anos atrás, e um pedaço de osso denisovano tem de 51.600 a 76.200 anos de idade.
(Com informações do jornal The New York Times.)
Galileu | Ciência
Estimando a idade
Os russos mapearam as camadas sedimentares em que encontraram os itens. Pesquisadores da Universidade de Wollongong, na Austrália, usaram um método alternativo chamado datação óptica para indicar a idade das camadas. Já Douka e sua equipe usaram a datação por radiocarbono. Os cientistas combinaram os resultados das técnicas para montar uma cronologia única da caverna, e os resultados combinaram.Os primeiros sinais de humanos na caverna (ferramentas de pedra simples) têm mais de 287 mil anos. Como os itens não têm o estilo associado ao Homem de Neandertal, concluiu-se que os denisovanos tenham sido os primeiros.
O DNA mais antigo de denisovano é estimado entre 217 mil e 185 mil anos. Uma amostra de DNA neandertal vem de uma camada que se formou entre 205 mil e 172 mil anos atrás.
Nos milênios que se seguiram, tanto os denisovanos quanto os neandertais deixaram mais evidências genéticas na caverna, que pode ter sido continuamente ocupada por um grupo, depois abandonada e reocupada por outros. Mas as duas espécies de hominídeos devem ter se sobreposto pelo menos uma vez durante esses anos.
Povo híbrido
Em agosto de 2018, pesquisadores identificaram um osso de uma menina cuja mãe era neandertal e o pai denisovano. Neste novo estudo, foi estimado que a criança viveu entre 79.100 e 118.100 anos atrás.Os pesquisadores não encontraram restos de Neandertal nas camadas mais recentes do chão da caverna, apenas do Homem de Denisova. Um dente denisovano remonta entre 55.300 e 84.100 anos atrás, e um pedaço de osso denisovano tem de 51.600 a 76.200 anos de idade.
(Com informações do jornal The New York Times.)
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