Um dia depois da posse de Jair Bolsonaro, em que a imprensa atuante no Brasil sofreu a maior humilhação de sua história, Olavo de Carvalho, guru do presidente, propôs a expulsão dos correspondentes estrangeiros do país; Olavo traçou uma linha divisória entre "palpites" e "noticiar fatos" sem esclarecer quem estabelecerá tal linha para, em seguida, decretar que os jornalistas que a ultrapassarem "deveriam ser banidos do território nacional"


247 - Um dia depois da posse de Jair Bolsonaro, em que a imprensa atuante no Brasil sofreu a maior humilhação de sua história, Olavo de Carvalho, guru do presidente, propôs a expulsão dos correspondentes estrangeiros do país. Olavo traçou uma linha divisória entre "palpites" e "noticiar fatos" sem esclarecer quem estabelecerá tal linha para, em seguida, decretar que os jornalistas que a ultrapassarem "deveriam ser banidos do território nacional".


A conclamação de Olavo de Carvalho pela expulsão de correspondentes estrangeiros, algo que nem na ditadura militar ocorreu, acontece um dia depois de jornalista brasileiros e da imprensa internacional terem sido praticamente impedidos de trabalhar na cobertura da posse de Jair Bolsonaro, tamanhos os cerceamentos e ameaças que sofreram.

Jornalistas franceses e chineses abandonaram a cobertura em protesto contra as restrições estabelecidas pelo novo governo (leia aqui).

Ontem, dia da posse (1), os relatos dos jornalistas foram impressionantes:

"Não se trata cachorro como os jornalistas são tratados na posse de Bolsonaro. Não tem água, precisa de autorização pra ir ao banheiro, não pode circular pra lugar nenhum, jornada de 14 horas, fomos revistados duas vezes e nos alertaram que há risco de levar bala dos atiradores", afirmou a jornalista Amanda Audi, do Intercept.

Vicente Nunes, veterano jornalista do Correio Braziliense, registrou que correspondentes da China e da França decidiram abandonar a cobertura: "Jornalistas da França e da China se rebelam e abandonam sala onde estavam confinados no Itamaraty. Disseram que não aceitariam ficar em cárcere privado até às 17h, quando seriam liberados para fazer registros da posse de Bolsonaro. Essa rebelião deveria ser geral".


Brasil 247

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