O governo Bolsonaro surgiu a partir da necessidade que o imperialismo tinha em impedir que o ex-presidente Lula vencesse as eleições presidenciais de 2018. Como os partidos tradicionais da burguesia (PSDB, DEM, MDB e PP) se encontram completamente desgastados por causa da política neoliberal, que foi retomada a todo o vapor com o golpe de 2016, a figura do ex-presidente Lula se tornou ainda mais forte no sentido de representar um choque dos interesses da população com os interesses da burguesia.
Diante da completa falência dos partidos tradicionais da burguesia, a eleição de Lula seria inevitável, caso não fosse realizada a operação fraudulenta que consistiu na cassação de sua candidatura. Mesmo sendo tirado da eleição, Lula continuou muito influente em toda a situação política nacional, de modo que foi necessário que o imperialismo investisse pesadamente na candidatura de Bolsonaro – que não estava desgastado como os políticos dos partidos tradicionais da burguesia – para impedir que o PT vencesse as eleições de 2018.
As dificuldades de manter um governo com pouca base popular – Bolsonaro só é apoiado por menos de 15% da população, e é o mais popular que a burguesia tem -, ainda mais em um período de crise acentuada do capitalismo, estão aparecendo de maneira estrondosa. O governo Bolsonaro não conseguiu ainda estabilizar a economia e já é repudiado amplamente pela população, que está cada vez mais ciente de que este é o representante dos banqueiros norte-americanos e europeus.
O objetivo de levar Bolsonaro ao poder era que fossem criadas condições para atacar os trabalhadores em larga escala. Isto é, que houvesse uma relativa unidade da burguesia em torno de um programa de ataques aos trabalhadores e que não houvesse uma mobilização popular contrária ao governo. No entanto, não é isso que tem acontecido.
Os diferentes interesses dos setores que sustentam o governo Bolsonaro estão entravando que o governo flua com seus ataques aos trabalhadores. Ao mesmo tempo, o carnaval e outras manifestações demonstraram que há uma forte tendência à mobilização contra o governo. Essa mobilização, por sua vez, leva inevitavelmente para uma única solução: para impedir o programa do governo Bolsonaro, é necessário estabelecer um governo que tenha força para enfrentar os golpistas. Em outras palavras, para derrotar o governo Bolsonaro e seu programa, é necessário tirar Lula da cadeia.
Diário Causa Operária

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