por Caio N. Toledo, via e-mail
Na última terça-feira de fevereiro (27/2), o capitão Jair Messias Bolsonaro, em cerimônia oficial, fez eloquentes elogios ao general Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai entre 1954 e 1989.
Numa infamante de mentirosa declaração, afirmou que Stroessner – como teriam sido todos os ditadores brasileiros no pós-1964 – foi um “Estadista” e “Homem de visão”.
Como repudia o documento final da Comissão da Verdade e Memória brasileira, Bolsonaro ignora também as conclusões do Relatório da Comissão da Verdade e Justiça do Paraguai que informa que mais de 18 mil pessoas sofreram torturas e mais de 400 foram executadas ou desapareceram nos 35 anos da ditadura de Stroessner.
Igualmente, constam da lista de acusações contra o general “cristão” e “patriota” as práticas de corrupção, contrabando, tráfico, proteção a refugiados nazistas e manutenção de um “harém de meninas” (8 a 12 anos) e adolescentes (sequestradas de suas famílias) para a prática de pedofilia e violência sexual.
Por não ter sido ainda amplamente divulgado no Brasil, impõe-se conhecer o vídeo Calle del Silencio que documenta a tragédia vivida pelas meninas paraguaias (algumas, posteriormente, desaparecidas), sob as ordens do General Alfredo Stroessner.
Ao lado de Augusto Pinochet, Brilhante Ustra, Garrastazu Medici, Costa e Silva e outros, ficamos conhecendo, assim, um novo “herói” do atual presidente da República Federativa do Brasil.
Caio N. Toledo é professor aposentado do IFCH, Unicamp, e do comitê editorial do blog marxismo21.
Viomundo

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