França convoca militares do “Sentinela” para prevenir violência nos protestos dos coletes amarelos. Foto do último protesto nas ruas de Paris 16/03/19REUTERS/Benoit Tessier

Os militares da missão antiterrorista Sentinela foram mobilizados para proteger prédios oficiais na 19ª Jornada de manifestações dos “coletes amarelos”, mas não devem participar da “manutenção da ordem”, declarou o ministro do Interior, Christophe Castaner.


Na quarta-feira (20), o porta-voz do governo Benjamin Griveaux, anunciou a participação da missão Sentinela, criada originalmente para prevenir atentados no país. Segundo o governo, eles não participarão da prisão de manifestantes, mas vão atuar à margem dos protestos.

Para evitar novos tumultos como os ocorridos no último sábado (16), o premiê francês Édouard Philippe proibiu os protestos na avenida Champs-Élysées, na praça Étoile ou na Concórdia, no centro de Paris. Quem tentar desrespeitar as regras, anunciou o governo, será detido e pagará uma multa.

Em entrevista à rádio francesa France Info, um soldado da missão Sentinela aceitou testemunhar sem se identificar. Ele demonstrou preocupação em participar das manifestações. “Os soldados da Sentinela são militares, não sabem atuar na manutenção da ordem”, diz. Em teoria, eles não têm autorização para ajudar os policiais em caso de tumulto. Mas muito se questionam: o que fazer se forem atacados por baderneiros? “Não temos o material necessário para este tipo de intervenção”, declarou, “apenas cassetetes telescópicos e pequenas bombas de gás” explica.

“Pode ter mortos”


“Usamos um colete à prova de balas e um fuzil. Não temos a proteção da tropa de choque, proteção para as pernas e toda essa parafernália”, declarou. A medida do governo, diz, gera muitas interrogações. “Se formos atacados, podemos entrar em um prédio para nos proteger, mas talvez não haja essa opção por várias razões. A única possibilidade seria usar a bomba de gás e o cassetete, mas se tiver gente demais, infelizmente pode haver mortos”, declara.

A situação é ainda mais complicada, explica o militar, porque muitos de seus colegas simpatizam com a causa dos “coletes amarelos” e denunciam uma instrumentalização política. “Eles não sabem o que fazer, não sabem como administrar o problema, ainda não mediram o alcance do movimento.” As forças armadas francesas insistem que os militares não entrarão em contato direto com os manifestantes, mas a atuação dos soldados é imprevisível.

Em uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (21), mais de 55% dos franceses são favoráveis ao fim do movimento dos "coletes amarelos" depois da violência e os saques ocorridos no útimo sábado.


RFI

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