Foto: Ricardo Stuckert

Jornal GGN – O ex-presidenciável do PT e ex-ministro da Educação Fernando Haddad disse em entrevista ao Estadão que o governo Bolsonaro tem a universidade pública como inimiga porque é onde há pensamento crítico. Para o petista, a chamada “Lava Jato da Educação” encontrará uma maneira de tentar enquadrar professores e outro acadêmicos.

“Na minha opinião, o que eles estão tentando esboçar em relação às federais, livre-docência, liberdade crítica de expressão, é uma coisa muito parecida com o que já estão fazendo com alguns jornalistas”, disse Haddad, lembrando que Bolsonaro usa “matilhas virtuais” para atacar repórteres escolhidos a dedo.

“Quando você tem um governo que é entreguista, é contra a soberania popular e nacional, um governo intimidatório de minorias políticas, há toda razão para esse governo ter medo das [universidades] federais.”

“Eu acho que eles ainda estão tateando como vão fazer com as universidades o que estão fazendo com a imprensa, por exemplo. Não é diferente.”

Quando à possibilidade da “Lava Jato na Educação” se tornar um operação política para perseguir e incriminar Haddad por sua passagem no MEC, ele respondeu: “Já fui escrutinado e continuo sendo normalmente. Me parece uma atitude de intimidação das universidades públicas. Acho que são elas o real alvo dessa operação.”

Haddad ainda disse que a gestão do novo MEC é tão ruim que “quanto menos fizerem, melhor”. “Torço pra que eles não tomem nenhuma atitude. (…) Porque é uma coisa espantosa esse ministério da Educação atual.”

Na visão de Haddad, o ministro Ricardo Velez deveria ser investigado por improbidade administrativa após o memorando às escolas pedindo que crianças sejam obrigadas a cantar o hino e citar o slogan de campanha do governo Bolsonaro.

MUDANÇA DE REGIME


Questionado sobre a guinada conservadora no País com o último resultado eleitoral, Haddad avaliou que “há uma tentativa de mudança de regime.”

“Gesta-se uma democracia de tipo não-liberal no Brasil, com uma forte carga plebiscitária sobre qualquer tema, e que coloque em risco direitos civis e políticos. Ainda não está consolidada, ainda há reações.”

Para o ex-ministro, oferecer ensino médio de qualidade é o desafio do MEC.

“O Brasil não conseguiu fazer chegar ao ensino médio a qualidade que já pode ser observada no ensino fundamental. E isso frustra os brasileiros, com toda a razão. Nós temos que entender qual a razão dos mecanismos utilizados com sucesso no ensino fundamental não terem tido os mesmos resultados no ensino médio.”



GGN

Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads