"A lei 13.718, recentemente aprovada, tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”, diz Paulo Teixeira Nilson Bastian/Ag. Câmara

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) informou nesta quarta-feira (6) que vai entrar com representação contra o presidente Jair Bolsonaro pela publicação de um vídeo de teor obsceno e escatológico em sua conta oficial no Twitter. Para o petista, Bolsonaro pode ser enquadrado no crime de divulgação de pornografia na internet. “Vamos representar Jair Bolsonaro pelo vídeo que postou. A lei 13.718, recentemente aprovada, tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”, anunciou o deputado.

Líderes da oposição classificaram a divulgação do vídeo como conduta incompatível com o cargo e avaliam a possibilidade de tomar alguma providência em relação ao episódio. O vídeo foi denunciado por vários usuários ao Twitter por conteúdo impróprio. Para o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), as publicações do presidente são incondizentes com o cargo que ele ocupa.

“Os tweets de Bolsonaro são, do início ao fim, incondizentes com o cargo que ocupa. Um Presidente tem obrigação de agir com um mínimo de decoro. Ele demonstra não ter postura ou responsabilidade. Totalmente sem noção. É inacreditável”, criticou o líder da oposição.

Obscenidade e escatologia


A gravação publicada na conta oficial de Bolsonaro no Twitter mostra um homem dançando sobre um ponto de táxi. Ele introduz, aparentemente, o dedo no ânus enquanto dança. Na sequência, outro jovem urina na cabeça dele. Embora o presidente não tenha identificado o local onde foi registrada a cena, o episódio ocorreu na segunda-feira (4) em um bloco chamado Blocu, no centro de São Paulo.

“Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conclusões”, escreveu o presidente, que foi um dos alvos preferenciais nos blocos de carnaval de rua em todo o país.

Críticos e apoiadores do presidente duelaram no Twitter ao longo de todo o dia com as hashtags #ImpeachmentBolsonaro e BolsonaroTemRazão.

Daniela e Caetano


Nessa terça-feira Bolsonaro atacou os cantores Caetano Veloso e Daniela Mercury pela música Proibido Carnaval, em que criticam a censura e defendem a liberdade de expressão na principal festa popular do país. Bolsonaro sugeriu que "dois famosos" estavam incomodados com o corte de verbas da Lei Rouanet. Daniela escreveu uma carta aberta ao presidente, dizendo que ele não compreendia a lei, cobrando respeito e pedindo um basta às fake news contra a legislação de incentivo à cultura.

Bolsonaro foi tema de protesto em vários blocos de carnaval país afora. Como mostrou o Congresso em Foco, um bloco em Belo Horizonte foi alvo de uma intervenção da Polícia Militar de Minas Gerais, na noite da última sexta-feira, após manifestações políticas contra o presidente. Em seguida, o capitão teria afirmado que "aquilo não podia continuar" e que o policiamento seria retirado se as manifestações políticas não parassem. Procurado, o porta-voz da PM de Minas, major Flávio Santiago, negou que tenha havido censura. Segundo ele, o que houve foi uma "recomendação" para que as manifestações políticas parassem.


Congresso em Foco

Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads