O professor diz ser impossível para as maiores universidades financiar o grosso do seu orçamento com mensalidades, fundos de endowment (doação) e outros recursos privados, como fazem algumas poucas e pequenas instituições nos Estados Unidos, como Harvard, que tem 6.700 alunos na graduação. Não dá para comparar com a USP, que tem 59 mil alunos, quase dez vezes mais que a pequena Havard.

“As pessoas acham que Harvard pode servir de modelo, mas Harvard é uma exceção, mesmo dentro dos Estados Unidos. É uma universidade pequena e privada, as grandes universidades públicas americanas têm centenas de milhares de alunos. Assim como Yale, Stanford e Universidade da Pensilvânia, no nordeste americano, todas pequenas, privadas e com finalidades muito específicas. Aqui parece que queremos imitar as exceções.”


Mesmo órgãos privados que investem em pesquisa, como o Instituto Serrapilheira, não imaginam a pesquisa sem recursos públicos. O diretor do instituto, Hugo Aguilaniu, em entrevista recente à Folha de S. Paulo, disse que a “verba pública é o coração da ciência”. Para ele, o governo tem que assumir esse investimento.

“É como se fosse um acordo entre o governo e o resto da cadeia produtiva. Em qualquer lugar do mundo é assim. Mesmo nos Estados Unidos, onde as indústrias investem pesadamente nas pesquisas, o investimento público é muito forte porque as pessoas entendem esse papel. O investimento público precisa apoiar a pesquisa básica, que depois gera tecnologia, produto, economia para as empresas”, afirmou . (Carta Campinas/Jornal da USP)



Carta Campinas