
Senador Humberto Costa durante os questionamentos feitos ao ministro Sergio Moro na CCJ do Senado Gabriel Matos/Agência Senado
Por Iram Alfaia
“Montou um discurso, o discurso é o de se escudar por trás da Lava Jato e não de fato falar sobre aquilo que ele veio fazer aqui. Neste momento aqui, nesta Comissão, não está em jogo o debate sobre Lava Jato, está em jogo o debate sobre a conduta de Vossa Excelência como magistrado à frente daquela operação”, afirmou.
O senador elogiou o Intercept Brasil e o jornalista Glenn Greenwald. “Não é nenhum foca, não, isso é um cidadão que ganhou o Prêmio Pulitzer. Ele enfrentou foi a NSA, foi a CIA, foi o serviço secreto britânico. Eu tenho condições de achar que ele tem razão e a verdade vai triunfar”, disse o senador.
No seu primeiro questionamento, Humberto Costa desafiou o ministro a pedir a Deltan Dallagnol para que entregue o celular à Polícia Federal a fim de confirmar as conversas ou não.
“Esse Dallagnol o está prejudicando. O senhor apagou, mas ele tem e não dá para a Polícia Federal”, alertou.
Sobre o último vazamento, no qual Moro conversa com Dallagnol sobre uma investigação envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e diz que a apuração poderia "melindrar" alguém cujo apoio era importante para a operação, Humberto Costa estranhou o ex-juiz não se lembrar do fato.
“Mas ligar para um procurador, perguntar para ele sobre uma denúncia acerca de um ex-presidente da República e dizer a ele que não deveria ir à frente porque isso podia prejudicar politicamente, não é possível que Voissa Excelência não se lembre disso. Pelo amor de Deus! Então Vossa Excelência pode agora dizer se aquele áudio é verdadeiro ou não. É verdade que você fez aquilo ou é mentira?”, questionou.
O ministro não negou o diálogo e se defendeu dizendo que o caso não era dele. “O caso nunca passou pelas minhas mãos! Houve um acordo de colaboração da Odebrecht diretamente perante o Supremo Tribunal Federal, foi realizado esse depoimento e esse depoimento foi enviado a São Paulo. Chegou em São Paulo e o juiz reconheceu a prescrição, porque os fatos envolvidos naquele depoimento específico eram de 1996”, respondeu.
“Eu entendo até que a resposta dada por Sua Excelência piora a situação. Ele foi opinar e tentar interferir junto ao procurador num processo que nem era dele, para que o procurador tomasse alguma medida, para que lá em cima o ex-Presidente Fernando Henrique pudesse ter o reconhecimento da prescrição do fato. Aliás, eu entendi agora porque o ex-Presidente deu uma declaração que isso aqui era uma tempestade em copo d'água. Ele deve estar preocupado”, replicou.
Portal Vermelho
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