247 - Uma das linhas de defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado foi criminalizar a imprensa, em especial o site The Intercept, responsável pelo vazamento das conversas que o envolvem. Nesta quarta, a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) criticou a postura de Moro.

Ao responder uma pergunta do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Moro disse que o Intercept faz parte de um "crime em andamento" ao publicar conteúdo de hackers.

Randolfe havia indagado: "O senhor faria alguma autocrítica da forma como conduziu o processo? Acredita que agiu de forma suspeita ou crítica? Agiria de forma diferente olhando em retrospecto? Se conversas estão em nuvem, abriria mão do sigilo e dessa forma tornar públicas todas as conversas, já que disse que não tem nada a esconder?"

Moro fez uma provocação ao senador: "Talvez, então, o sensacionalismo como essas supostas mensagens foram divulgadas, tenha lhe causado uma avaliação errada do que aconteceu. Já foi dito por aqui por vários. Não são incomuns conversas entre juízes, procuradores, policiais e advogados no cotidiano de nossa prática forense".

Para Randolfe, Moro poderia passar para a história como o principal personagem do combate à corrupção no século XXI", mas optou por "servir ao governo mais desastratado, mais atrapalhado, e que não é imune à corrupção".

"O senhor colocou a corrupção no pretérito. Há caso de corrupção no atual governo. Tem ministro envolvido com caso de laranja. O do ambiente é denunciado por crime ambiental. A corrupção está na formação do Estado", afirmou o senador.

"Fiz pergunta em relação ao crime em andamento, tenho autoridade para falar de liberdade de imprensa aqui. Outrora o site Antagonista recebeu censura da presidência do STF. Fui o primeiro a me solidarizar com o site. Como apoiador da Operação Lava Jato que fui, o senhor tinha dois caminhos: aqui, a história; aqui, sua carreira. Não tem na história brasileira notícia de ter tido nenhum juiz com papel de destaque Vossa Excelência teve. O senhor poderia passar para a história como o principal personagem do combate à corrupção no século XXI. Mas optou servir a um governo. O governo mais desastratado, mais atrapalhado e que não é imune à corrupção", disse ainda Randolfe.


Brasil 247

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