Então, de uma hora para outra, o mundo descobre que qualquer um pode, sem maiores dificuldades, invadir um, dez, cem ou mil aplicativos de mensagens em celulares, aqueles que todos diziam serem paradigmas de segurança cibernética…

Pois, os ‘hackers de Araraquara’ entre as animadas baladas do DJ, o estojo de manicure de sua mulher e os desfiles ostentação do picareta da carteirada, dizem os relatos, entraram em mil (mil!) celulares, os espionaram, baixaram seus históricos de mensagem , futucaram suas vidas pessoais e ainda venderam dossiês a jornalistas!

Tudo nesta história é nebuloso.

Num país onde dezenas de milhões de pessoas se comunicam por aplicativos – inclusive para chamadas de voz, para não “gastar” na conta caríssima do celular- a gangue dos quatro de Araraquara foi a pioneira e campeão (mundial?) de interceptações telefônicas de autoridades, políticos, jornalistas e até do presidente da República?

Whatsapp e Telegram não são propriamente recém-nascidos, estão no mercado há tempos – o “zap” completou dez anos, agora – e ninguém tinha feito essa “moleza” de invadir os aplicativos?

Nem os detetives de casos extraconjugais, nem os chantagistas de baixa extração, nem os pais curiosos sobre as andanças dos filhos, nem os concorrentes desleais nos negócios?

E os donos das grandes empresas envolvidos em escândalos de corrupção – com seu poder econômico e seus métodos de bandidos – não teriam uns espertalhões destes para contratar e bisbilhotas os aplicativos de promotores e policiais que estavam em seu encalço?

Mas como nada disso apareceu até agora, ou nada foi noticiado sobre ações policiais para desbaratar grupos que se dedicassem a isso? Aliás, quando o Whatsapp da jornalista Patricia Campos Melo, da Folha, foi invadido por conta das reportagens que ela fez sobre o disparo em massa, bancado por empresas, em favor da candidatura Bolsonaro, mesmo com um pedido de investigação ao TSE, nada foi apurado?

Eu já vivi tempo o suficiente para descrer das “descobertas da pólvora”. Desconfio sempre das coisas que são tão simples que ninguém pensou em fazer.

PS. Agora, o site bolsonarista que tem cadeira cativa dentro da Polícia Federal anuncia que dois dos supostos hackers – Walter Delgatti Neto, e Danilo Cristiano Marques, que diz ser motorista de Uber – compraram, em 2016, dólares e euros nos aeroportos do Rio de de Natal, com a finalidade de adquirir armas. Armas contrabandeadas, decerto, do contrário não haveria necessidade de fazer câmbio… Isso está virando uma novela mexicana…Daqui a pouco vão descobrir que eles mataram a Odete Roitman.

TIJOLAÇO

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