A reportagem do Estadão, mostrando que a Operação Zelotes foi desmontada, é significativa. Um tema relevante – as jogadas do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), anulando multas da Receita – no qual a Zelotes cometeu toda sorte de abusos e não apurou as denúncias mais evidentes.
O Ministério Público do Distrito Federal sempre foi o mais ostensivamente partidário de todos. Seus procuradores foram ostensivamente participantes de passeatas pelo impeachment, com uma falta de pudor desrespeitosa em relação ao próprio Ministério Público, ajudando a alimentar a besta fera do fascismo que se personalizou em Bolsonaro.
Na pior fase da catarse persecutória, preparando o impeachment, agiam ostensivamente alimentando a imprensa de suspeitas vagas – em especial a revista Época, em seu período mais tenebroso – e, com base nos seus próprios vazamentos, faziam denúncias de ofício (isto é, sem serem provocados).
Foi assim na tentativa canhestra de denunciar Lula pela licitação FX da Força Aérea Brasileira, que resultou na vitória do sueco Gripen. Foi um processo transparente, cuja decisão coube à própria Aeronáutica. Para alcançar o objetivo, a Zelotes juntou o patrocínio a um campeonato esportivo, organizado por um filho de Lula, ao resultado final da operação, ignorando a desproporção de valores e o próprio processo licitatório, e não trazendo um elemento sequer que comprovasse a relação entre os dois episódios.
Bastou a mesma barganha da Lava Jato com o convalidador geral de denúncias, Antônio Palocci, O ex-Ministro declarou que Lula intercedeu pela Gripen e se livrou de uma denúncia concreta, suas interferências no CARF em favor do Banco Pactual de André Esteves. Meramente declarou, como declararia que a terra é plana, que a humanidade descende de Adão e Eva e o que mais lhe fosse solicitado.
A prepotência de jovens procuradores, e a falta de coordenação das chefias, levou à denúncia do presidente de um grande banco comercial meramente baseada na delação de um advogado suspeito que foi ao banco vender serviços de consultoria tributária e desceu no mesmo elevador do presidente.
Passado o período em que o antilulismo convalidava tudo, a Operação morre sem apoio, sem bonecos inflados e sem passeatas, deixando uma marca pesada, que ajudou a desmoralizar a imagem do Ministério Público, facilitando a consolidação da máxima de Romero Jucá, com Supremo, com PGR, com tudo.
GGN

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