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O ministro de Relações Exteriores do Irã renovou nesta quarta-feira as acusações de que os EUA estavam travando "terrorismo econômico" em uma visita às Nações Unidas, durante a qual Washington reduziu drasticamente seus movimentos.


Depois de meses de tensões crescentes, o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif foi a Nova York para uma sessão da ONU sobre desenvolvimento sustentável, na qual denunciou sanções unilaterais impostas pelo presidente estadunidense Donald Trump.

Os iranianos estão "sujeitos à forma mais brutal de 'terrorismo econômico' - alvejando deliberadamente civis inocentes para alcançar objetivos políticos ilegítimos", declarou Zarif diretamente do púlpito.

As sanções "ilegais e extraterritoriais representam a maior ameaça à realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável do Irã e de muitos de nossos vizinhos", prosseguiu.

Trump retirou-se no ano passado de um acordo multinacional negociado por seu antecessor, Barack Obama, sob o qual o Irã reduziu drasticamente seu programa nuclear.

Forte aliado dos rivais iranianos Arábia Saudita e Israel, Trump impôs sanções, incluindo a proibição de todas as exportações iranianas de petróleo, numa tentativa de reduzir a influência regional do regime clerical.


Os Estados Unidos, como o país anfitrião das Nações Unidas, restringiram fortemente Zarif, confinando-o aos quarteirões ao redor das Nações Unidas, à missão iraniana e à residência do enviado iraniano.


© AP PHOTO / OSAMU HONDA, FILE
Sede da ONU em Nova York

Zarif, falando aos repórteres, disse que a medida "certamente não é uma ação amigável" e causou dificuldades para as famílias dos missionários.

"Mas para mim é bom porque eu não tenho nenhum trabalho em lugar algum além dos três prédios", afirmou o chanceler iraniano.

Troca de farpas


Um acadêmico educado nos Estados Unidos que fala inglês fluentemente frequentemente polvilhado com expressões idiomáticas e humor, Zarif é amplamente visto como um rosto moderado do governo iraniano e trabalhou no passado com Washington em questões do Afeganistão para o acordo nuclear.

Mas o secretário de Estado, Mike Pompeo, comentou nesta quarta-feira que acredita que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, está "tomando todas as decisões, 100% delas" em questões estratégicas importantes.

"Zarif aparece e fala sobre como ele é o bom rapaz. Ele foi o ministro de Relações Exteriores, enquanto a República Islâmica do Irã tomou todas as ações que vimos e ele é igualmente responsável por essas atividades", disse Pompeo ao radialista conservador Hugh Hewitt.

As Nações Unidas manifestaram preocupação com as restrições impostas a Zarif pelos Estados Unidos, que sob um acordo é necessário para facilitar a participação dos diplomatas nos negócios da ONU.





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