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Presidente Jair Bolsonaro - Foto Orlando Brito |
A questão não é a defesa da exploração mineral em áreas indígenas, pois isso há muito tempo faz parte do debate – e deve ser decidido no Congresso Nacional. O problema é o discurso de um presidente da República que quer fazer os índios deixarem e ser índios e saírem de seus “zoológicos”, abrindo caminho a atos de brutalidade como a invasão da aldeia Waiãpi por garimpeiros e o assassinato do cacique Emyra – do qual Jair Bolsonaro duvidou esta manhã. Com todo esse estímulo para defender os índios, a Funai e a Polícia Federal levaram três dias para chegar à aldeia.
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Encontro com indígenas – Foto Alan Santos/PR |
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Presidente da OAB, Felipe Santa Cruz – Foto Eugenio Novaes/Divulgação |
Imaginávamos que essa página já estivesse virada com o reconhecimento, pelo Estado, das atrocidades que resultaram nos mortos e desaparecidos da ditadura. Mas o discurso do ódio e da brutalidade de Jair Bolsonaro a trouxe de volta. E talvez, do ponto de vista histórico, essa tentativa diária de corrosão dos valores que forjaram a democracia em que vivemos hoje, e que permitiu sua eleição, seja o maior dano do governo do capitão ao Brasil. Pior até do que a inépcia e a incapacidade de governar e resolver problemas como o desemprego e a estagnação econômica.
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Fernando Augusto Santa Cruz |
É bem possível que tenham aprendido a lição, e quem sabe a tenham transmitido a seus filhos e netos. Porque, a esta altura, a missão de defender a democracia e os valores duramente conquistados contra o discurso do ódio a da brutalidade não é apenas das instituições. É de toda a sociedade. Passou da hora de encarar as afirmações tresloucadas de Bolsonaro como exotismos inofensivos.
Os Divergentes
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