Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann classificou como uma "farsa armada por Moro e Bolsonaro" a divulgação de mensagens de lideranças do PCC que dizem ter tido diálogos com o PT Pedro França / Agência Senado
O Partido dos Trabalhadores (PT) vai acionar a Justiça nesta segunda-feira (12) contra a informação divulgada depois de uma operação da Polícia Federal (PF) de que a legenda tem ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O partido vai apresentar uma notícia crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro Sérgio Moro por abuso de autoridade e uma representação eleitoral contra o presidente Jair Bolsonaro por propaganda negativa extemporânea.
“O que vimos essa semana foi mais uma armação grotesca das forças reacionárias para tentar criminalizar o PT. A notícia falsa, vazada pela Polícia Federal de Moro, foi cabalmente desmentida pelo promotor Lincoln Gakiya, que há mais de uma década investiga a facção criminosa", reclamou a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, que classificou a situação como uma "farsa armada por Moro e Bolsonaro".
Para o PT, Moro vem usando a Polícia Federal "com objetivos políticos e mentindo sobre condução dos trabalhos da força policial", quando seu papel é, na verdade, "coibir e solicitar investigações sobre tais tipos de vazamentos e não fomentá-los". Por isso, em ação que será protocolada no STF, o partido acusa o ministro da Justiça e Segurança Pública dos crimes de abuso de autoridade e prevaricação - quando um funcionário público retarda ou deixa de praticar indevidamente ato de ofício ou o pratica contra disposição expressa de lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Os integrantes da Polícia Federal responsáveis pela operação que investigou o núcleo financeiro do PCC também serão processados no STF, pois, de acordo com o PT, divulgaram "a fala de um criminoso, sem nenhum indício, relacionando o partido ao PCC".
Já o presidente Jair Bolsonaro será alvo de uma representação eleitoral por ter compartilhado essa informação em suas redes sociais. "Ao divulgar, reiteradamente, notícias falsas e acusações infundadas contra o Partido dos Trabalhadores, o presidente incorre em crimes e comete uma série de irregularidades eleitorais, atentando contra as regras democráticas da disputa política", argumenta o partido.
O PT ainda vai apresentar pedidos de direito de resposta ao jornal o Estado de São Paulo, à TV Record e à Rádio Jovem Pan, que divulgaram as conversas atribuídas a lideranças do PCC que dizem ter tido relações com o PT, e uma ação criminal por difamação contra a deputada Estadual Ana Campanolo (PSL-SC).
“O que estamos vendo é uma escalada autoritária, que começa exatamente assim, com o uso político das polícias. Vamos enfrentar essa prática e fazer este embate em todas as frentes, judicial, midiática, política, até a verdade prevalecer”, justificou Gleisi Hoffmann.
Congresso em Foco

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