Lula sacrificou o conforto da relativa liberdade para defender intransigentemente a anulação dos seus processos.


Lula em Manifestação na cidade de Montes Claros. Foto: Ricardo Stuckert

Na última semana a operação Lava Jato, liderada por Deltan Dallagnol, tomou uma iniciativa frente à crescente campanha pela liberdade de Lula, eles pediram a progressão de pena para o ex-presidente petista.

A progressão de pena consiste em deixar que Lula passe para o semi-aberto, apenas dormiria preso e ficaria o dia trabalhando, como um presidiário comum. Claramente a manobra da Lava Jato consiste em esvaziar a campanha pela sua liberdade soltando-o parcialmente mas mantendo seus direitos cassados, não podendo ele intervir na política de forma normal e não podendo se candidatar. Isso diminuiria o ímpeto pela campanha de liberdade de Lula.

O petista respondeu a isso mobilizando seu círculo mais íntimo, a presidenta do PT (Partido dos Trabalhadores), Gleisi Hoffmann, sua namorada, seu irmão, e alguns outros petistas para protestar contra o pedido do MPF (Ministério Público Federal) para realizar a progressão de pena, todos eles reafirmam a posição de Lula: liberdade só com cancelamento dos processos, nada de meias medidas.

A mobilização da direita ativou os mais conservadores membros do PT, como o ex-prefeito de Maricá, e presidente do diretório estadual do PT-RJ, Washington Quaquá, e o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro.

Ambos apresentaram concordância com Dallagnol e disseram: Lula na rua é passo para Lula Livre, estão errados.

Vendo a mobilização de seus adversários internos, Lula deu uma outra cartada e através das redes sociais se pronunciou dizendo: “Não quero progressão de pena”.

O problema reside no seguinte: enquanto permanecer como preso político em Curitiba, a crise em torno de sua prisão aumenta, a Lava Jato se enfraquece, a mobilização aumenta, a correlação de forças pende para o lado de Lula.

Se aceitar a medida de progressão estará, em primeiro lugar, aceitando a sentença e em segundo lugar dispersando a luta pela sua liberdade, que teria um caráter mais difuso e confuso, diminuiria a pressão sobre a Lava Jato, etc… A liberdade seria nos termos de Moro, Bolsonaro e Dallagnol, ou seja, sem os direitos políticos.

Existe uma ampla campanha de intriga em torno da questão, para confundir a esquerda, a revista Veja chegou a propagar a notícia falsa de que a namorada de Lula seria a favor da progressão. A direita é favorável à progressão, a direita do PT também, pois ambos querem se livrar da campanha pela liberdade de Lula.

Lula contra-ataca dizendo ao MPF e ao povo brasileiro é: sou um preso político e daqui não sairei até ter a minha plena liberdade restaurada.


Diário Causa Operária

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