Novo capítulo da série Vaza Jato revela que "bomba" oferecida por delator – a duas semanas do impeachment - foi recusada por não atender "interesse público" dos procuradores
Publicado por Redação RBA
FERNANDO FRAZÃO/ABR
A mesma denúncia engavetada em abril de 2016 serviu para prender Temer em março deste ano
Era abril de 2016. A acusação engavetada no dia 4 daquele mês – a Câmara votou o impeachment no dia 17 – pela força-tarefa da Lava Jato, com aval do procurador-geral Rodrigo Janot, seria usada depois, no processo que levou Temer à cadeia em março deste ano.
As informações foram extraídas de conversas pelo aplicativo Telegram entre procuradores de Curitiba, Rio e Brasília obtidas pelo site The Intercept Brasil e revelados nesta sexta-feira (18) pelo El País. O chat tinha o título de “Acordos Engevix”, que mais tarde seria batizada pelos procuradores de “anexo-bomba”.
A Lava Jato justificou a recusa ao “anexo-bomba”, em nota ao El País, afirmando que essa delação “não atendia o interesse público” e que “relatos de colaboradores avaliados como inconsistentes, incompletos ou desprovidos de provas podem ser recusados”.
Como tem ficado evidenciado pelas revelações do The Intercept Brasil e mídias parceiras, o “interesse público” era a deposição de uma presidenta da República sem crime de responsabilidade, a prisão do ex-presidente Lula – mesmo baseada em relatos “inconsistentes, incompletos ou desprovidos de provas” –, tirá-lo da eleição em que venceria no primeiro turno e levar ao poder Jair Bolsonaro e o juiz-chefe da Lava Jato a sua equipe ministerial.
Nesse ínterim, Temer rasgou o programa que o elegeu vice, encaminhou projetos ligados ao programa derrotado nas urnas desde 2002 – terceirização, teto de gastos, reforma trabalhista –, deu posse a Bolsonaro e aquele projeto segue em franca aplicação, com o agravamento no corte de direitos trabalhistas, a quase concretização da reforma da Previdência, a aceleração do desmonte da Petrobras, entrega do pré-sal e demais empresas públicas e estratégicas ao controle estrangeiro, a perseguição aos movimento sindical e sociais visando a minar resistências a “essa p… toda”, a subordinação cega e gratuita aos interesses do Estados Unidos e a destruição da soberania nacional.
Leia a reportagem completa da Vaza Jato no El País.
Rede Brasil Atual

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