Jorge Branco
11 de Novembro de 2019 às 09:02
"A hora é de unidade continental da esquerda, de solidariedade às vítimas da repressão e aos golpeados pela vilania dos golpistas" - Créditos: Charge: Latuff
O quadro político, para os trabalhadores latino-americanos, é de gravidadeO quadro político, para os trabalhadores latino-americanos, é de gravidade. Não podemos tratar isoladamente o golpe na Bolívia. O crescimento da extrema direita brasileira com o golpe político do impeachment, a grave repressão no Chile, o crescimento da extrema direita no Uruguai, a repressão no Equador, Peru e Haiti, a retaliação aos governos da Venezuela e Cuba, são expressões de uma ofensiva antidemocrática em curso na América Latina. Nenhuma das posições conquistadas, recentemente, em favor dos trabalhadores, como a derrota de Macri na Argentina, os recuos de Piñera no Chile e a liberdade de Lula no Brasil, estão garantidas contra a ofensiva da burguesia e do imperialismo estado-unidense.
O envolvimento do Governo de extrema direita do Brasil é claro. Por orientação do Governo dos Estados Unidos, o Brasil é hoje a base de apoio às desestabilizações em curso no continente. O Governo Bolsonaro é um governo desorientado por si próprio, cumpre o papel dependente e submisso das reformas que assaltam os trabalhadores e de incentivo aos golpes políticos e de Estado na América Latina. Há uma guerra continental em curso contra a defesa dos direitos fundamentais dos trabalhadores.
O quadro na América Latina aponta para uma retomada da ofensiva da esquerda, dos movimentos sociais e dos setores anti neoliberais. O golpe na Bolívia tem o claro intuito de barrar esses crescimento. A estratégia foi um golpe clássico em um país, cuja economia não está entre as maiores do continente, porém possui muitos recursos estratégicos e se era um símbolo das mudanças promovidas contra as políticas de austeridade e de afirmação de políticas de autodeterminação. O golpe na Bolívia, não é produto dos erros da esquerda local, ainda que lá e cá tenham ocorrido, mas sim de uma articulação internacional da extrema direita e do neoliberalismo para barrar o crescimento da esquerda latino-americana.
A hora é de unidade continental da esquerda, de solidariedade às vítimas da repressão e aos golpeados pela vilania dos golpistas. O golpe na Bolívia coloca a vida dos dirigentes populares, dos parlamentares e dirigentes de esquerda, de Evo e Linera em risco. O golpe na Bolívia não pode ser a experimentação para novos golpes nos demais países, inclusive no Brasil.
Edição: Marcelo Ferreira
Brasil de Fato

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