© REUTERS / Marco Bello

O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou ao cargo após contínuos protestos, que foram qualificados pelo seu gabinete como golpe de Estado.

De acordo com a analista política e socióloga russa Veronica Navia, forças externas também foram responsáveis pela renúncia do presidente boliviano e pelos atos de violência que arrasaram o país sul-americano.

O que está agora acontecendo na Bolívia não é apenas caos, segundo a analista, mas, sim, um atentado contra toda a institucionalidade boliviana.

"O objetivo dos golpistas era tirar Morales da presidência, eles conseguiram fazê-lo apesar de Morales ter lutado por muito tempo e ter ganhado muitas batalhas durante esta época neoliberal, bem como contado com o apoio de muitos seguidores", reforçou.

"Temos tido com ele, o melhor presidente, o melhor período. Bolívia conseguiu sair da pobreza. Não penso que o presidente, ao renunciar ao cargo, realmente renuncie ao estilo de vida tido que é a luta pelo povo", disse Navia em entrevista à Sputnik Mundo.

A analista acredita que Morales hoje em dia não só conta com muito apoio social dentro da Bolívia, como também internacional.

Segundo a socióloga, o único motivo que levou os manifestantes a se mobilizarem foi precisamente porque queriam recuperar o poder, que estava sendo impedido de conseguir com Evo Morales na presidência.

"Não há mais motivos. Já são anos de perseguição, que o presidente Evo Morales vinha enfrentando no governo", salientou Navia.

A especialista enfatizou que Morales decidiu renunciar para pacificar a situação no país.

"A pacificação do país e seu amor pela Bolívia obrigaram que ele renunciasse", sublinhou Navia.

Veronica Navia não deixou de comentar durante entrevista à Sputnik Mundo a questão relacionada à auditoria dos resultados das eleições presidenciais bolivianas, que ocorreram no dia 20 de outubro.

A socióloga destacou que o relatório preliminar da OEA (Organização dos Estados Americanos) é bastante claro. Seus autores não mencionam em nem um momento uma fraude eleitoral, mas, sim, "manipulação informacional", que ocasionou toda esta violência, concluiu.


Sputnik Brasil

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