Segundo entidade empresarial, trata-se de reconhecimento a quem tornou a indústria mais "moderna". País passa por contínua desindustrialização

Publicado por Vitor Nuzzi, da RBA


Bolsonaro e Robson Andrade, presidente da CNI: o setor empresarial aplaude
Sérgio Lima/CNI



São Paulo – Na manhã desta quarta-feira (11), diante de 650 empresários e representantes do setor, Jair Bolsonaro receberá o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), responsável pela comenda, “é um reconhecimento do esforço do governo no avanço de pautas que tornam o Brasil mais moderno e competitivo”. A cerimônia está marcada para as 11h, na sede da entidade patronal, em Brasília.


O país passa há anos por um longo processo de desindustrialização, sem sinal aparente de reversão do quadro. A produção tropeça: de janeiro a outubro, a atividade industrial cai 1,1%, segundo o IBGE. Em 12 meses, recua 1,3%. Também segundo o instituto, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) acumulado em quatro trimestres, até setembro, cresceu 1%, a indústria de transformação recuou 0,5% no mesmo período.

Algumas iniciativas governamentais, em período recente, receberam o aplauso do setor industrial. Caso da “reforma” trabalhista, implementada em 2017 (Lei 13.467), inspirada em grande parte em documento da própria CNI. A entidade empresarial também elogiou a apresentação e a aprovação da “reforma” da Previdência Social.

Dados citados pela própria confederação apontam um cenário negativo para o setor: a participação da indústria no PIB brasileiro, que chegou a 48% em 1985, foi de 21,6% no ano passado. No caso da indústria de transformação, representou 11,3%, menor percentual da história, ante 35,9% em 1985.

Documento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra um processo setorizado de desindustrialização, processo relativamente “normal” em áreas de trabalho pouco qualificado, prematuro em segmentos intensivos em ciência e tecnologia, com “implicações relevantes quanto ao desenvolvimento futuro do Brasil”. “A gravidade da desindustrialização brasileira pode ser dimensionada por dois fatos. Primeiro, a desindustrialização em curso já atingiu, prematuramente, o núcleo dinâmico em termos de tecnologia, crescimento econômico e mão de obra qualificada da indústria brasileira. Os setores de maior intensidade tecnológica perderam 40% de peso no PIB desde 1980”, diz o Iedi.




Rede Brasil Atual

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