Em represália à classificação, por Washington, do massacre do povo armênio em 1915 como genocídio, presidente turco volta a acenar com fechamento de instalações militares americanas em seu país.


    Massacre dos armênios pelo Império Otomano é uma pedra na política externa turca

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou neste domingo (15/12) que, se for necessário, poderá fechar a base aérea americana de Incirlik. O anúncio vem em resposta às recentes tensões com os Estados Unidos, intensificadas devido ao recente reconhecimento do genocídio na Armênia pelo Império Otomano.

"Se tivermos que tomar uma decisão assim, em seu devido momento, teremos a autoridade para isso. Quando for o momento, discutiremos e, se for preciso, fechar Incirlik, fecharemos", ameaçou o chefe de Estado, em entrevista às emissoras de televisão turcas ATV e A Haber.

Erdogan ameaçou a mesma medida quanto à base de Kürecik, também no sudeste turco, onde o Exército dos EUA mantém uma estação de radar. "Tomaremos a decisão necessária nos marcos da reciprocidade. A Turquia não é uma república tribal", garantiu o chefe de Estado.

"É muito importante para os dois lados, que os Estados Unidos não deem passos irreparáveis nas relações", prosseguiu. Incirlik, na província de Adana, é uma grande base aérea, com papel importante para as operações dos EUA na Síria.

O encerramento das bases é sistematicamente mencionado por Ancara, a cada pico de tensão diplomática com Washington. Na última quinta-feira, contudo, o Senado americano aprovou por unanimidade uma moção que reconhece o genocídio da Armênia. Os deputados da Câmara dos Representantes já tinham votado no mesmo sentido, por 405 a 11.

O governo da Turquia admite que o Império Otomano cometeu, em 1915, massacres contra a população armênia, mas nega taxativamente que o episódio possa ser classificado como "genocídio", pois o termo não seria utilizado na época. Apesar disso, diversos países e órgãos reconhecem o genocídio armênio, entre eles o Brasil, Alemanha, Igreja Católica, as Nações Unidas e o Parlamento Europeu.


DW
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