Presidente argelino Abdelmadjid Tebboune (E) recebe primeiro-ministro Abdelaziz Djerad após nomeação, em 28 de dezembro de 2019. APS / AFP
Texto por:RFI
O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, nomeou neste sábado como primeiro-ministro Abdelaziz Djerad. O novo premiê é um acadêmico de 65 anos e tem a difícil tarefa de recuperar a confiança dos argelinos em meio à contestação social contra o governo.
Djerad é doutor em Ciências Políticas pela Universidade francesa de Paris X-Nanterre, e foi encarregado de constituir um novo governo em um prazo ainda não determinado.
Logo após ter sido nomeado, o novo premiê disse que quer reconquistar a “confiança” do povo argelino, em entrevista à televisão do país. Ele sucede o primeiro-ministro interino, Sabri Bukadoum, que tinha sido escolhido após a demissão de Noureddine Bedoui, em 19 de dezembro, quando Tebboune tomou posse como presidente.
A nomeação de Djerad ocorre duas semanas depois da eleição do presidente Tebboune, em uma votação marcada pela abstenção – 60% dos argelinos não foram as urnas – e por críticas do movimento de protesto Hirak, que mobiliza o país desde fevereiro.
Apesar de ter conseguido a demissão do presidente Abdelaziz Buteflika, que estava no poder há mais de duas décadas, o Hirak continua suas manifestações exigindo a saída de todo o sistema que governa a Argélia.
Tarefa complicada
A tarefa de reconquistar a confiança do povo pode ser complicada. Djerad terá que constituir um governo e criar novos instrumentos de governança, para fixar as bases de uma nova República e negociar com o Hirak, segundo a promessa feita por Tebboune no dia de sua eleição.A seu favor, o novo primeiro-ministro tem conhecimentos em relações internacionais e da administração argelina. Ele ocupou o posto de secretário-geral do presidente da República entre 1993 e 1995, e do ministério de Relações Exteriores entre 2001 e 2003, durante o primeiro mandato de Bouteflika.
Djerad é considerado um tecnocrata sem tendências ideológicas conhecidas, e representaria uma resposta do presidente às críticas de seus opositores, que dizem que o poder no país marginaliza competências.
(Com informações da AFP)

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