POR FERNANDO BRITO
Longa reportagem no El País conta como a mera atitude de afastar do serviço de rua os policiais que atuaram na noite fatídica onde nove adolescentes morreram pisoteados na comunidade de Paraisópolis provocou reações hostis dentro do extremismo de direita, capitaneadas pelo próprio filho do Presidente, Eduardo Bolsonaro, que exigiu que se culpem “os bandidos” e “a população, que não coopera com as autoridades” pela tragédia.
Já havia dito aqui, desde o primeiro post que fiz sobre a tragédia que o caso tinha cheiro de uma ação de vingança de grupos policiais, mais de que alguma ordem destrambelhada de João Dória.
O que está acontecendo é que os governos – muito até com prazer – tornaram-se reféns dos mecanismos de repressão.
A ordem de “mirar na cabecinha” de Wilson Witzem é, além de uma tirada demagógica, uma sinalização de que o governo não assumirá uma política sistemática de redução do poder e da letalidade policial e pouco ou nada fará quando ela ficar tão evidente que não se possa escapar de que gere consequências, como no caso da menina Ághata.
Jair Bolsonaro, além de cuidar para que PF seja fortemente controlada pelo grupo “morista” de Curitiba, cuidou também de arranjar um contrapeso, o Procurador Geral da República, que não é “morista” e dica sendo o outro prato da balança do partido da responsabilização dos atos do Governo.
Não foi à toa que ele referiu-se às escolha do PGR como a segunda peça de mais importância do tabuleiro do poder.

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