POR FERNANDO BRITO



Apesar da cobertura pífia da imprensa, este governo desferiu um golpe fatal na credibilidade do Enem.

Nem pelo erro na atribuição de notas, nas pela forma com que está sendo tratado.

Desde o dia em que a notícia surgiu, ficou evidente que não tinham a menor ideia de sua extensão e foi uma enorme imprudência manter inalterada a data do Sisu, o sistema de seleção unificado para as universidades públicas, com base nas notas obtidas no exame.

Agora noticia-se que a “investigação” atinge também a correção da primeira prova, a partir de queixas dos estudantes.

Não há a menor transparência: não se sabe quantas localidades registraram erros, além dos notórios ocorridos em Viçosa, quantas provas estão sendo submetidas à conferência, como é feita a designação da cor da prova, se pela gráfica ou pela organização do concurso, como e onde se faz a conferência…

Às dez e meia da noite avisaram que termina às dez da manhã de hoje o prazo para reclamações, mas como a correção não é linear, pela variedade de peso entre as questões, só os candidatos que foram muito bem e registraram notas baixas, apesar disso, têm base para reclamar. Quem teve desempenho não tão bom, mas que foi prejudicado em dez ou vinte pontos – que podem ser fatais para a nota de corte e para a classificação – corre o risco de passar um ano a “ver navios”, injustamente.

A providência, obvia, seria paralisar o processo, fazer o “batimento” entre todos os inscritos e a cor de suas provas (e dos gabaritos, portanto) e “rodar” a correção ajustada.

Mas não, o compromisso é manter o cronograma para continuar a dizer que este é “o melhor Enem da história”.

Está tudo na base do que dizem o presidente do Inep e o ministro da Educação. Como naquele velho comercial, “la garantía soy yo“…



Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads