Para Ciro, o governador Camilo Santana “fez tudo o que podia e o que não podia” para resolver a crise instalada no estado do Ceará

Por Redação RBA
Presença da deputada Major Fabiana (PSL-RJ) em Sobral mostra que “estão querendo trazer o RJ para cá”, disse Ciro  Reprodução/Facebook

São Paulo – Em entrevista coletiva na tarde de quinta-feira (20), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) afirmou que a crise na segurança pública em seu estado está no contexto da atual conjuntura do país governado pelo presidente Jair Bolsonaro. Na quarta (20), seu irmão, o senador licenciado Cid Gomes, foi baleado com dois tiros ao tentar entrar, dirigindo uma retroescavadeira, no 3° Batalhão da Polícia Militar em Sobral, tomado por policiais.

“Não está isolado do que está acontecendo no Brasil. Estamos num momento de destruição do Estado democrático de direito, (por um governo) liderado por um presidente boçal, canalha, de uma família de canalhas”, disse. “Se algum policial atirou, ele não faria isso se não fosse esse clima de absoluto desrespeito às regras da convivência democrática, claramente estimulado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e sua família de canalhas.”

De acordo com Ciro, dois tiros de arma de fogo atingiram seu irmão. Uma das balas “caiu fora” e a outra “bateu numa costela” e está na base do pulmão. Os médicos observam se a bala está estável e avaliam a possibilidade de não retirá-la.

Para ele, o governador Camilo Santana (PT) “fez tudo o que podia e o que não podia” para resolver a crise, que estava próxima do fim. O Tribunal de Justiça e o Ministério Público determinaram a ilegalidade da mobilização dos policiais por reajuste salarial acima do proposto pelo governo do Estado. As associações da categoria assinaram um acordo, o governador mandou para a Assembleia Legislativa, que mediou a negociação. A situação de Sobral era de “uma cidade inteira sob terror absoluto” no momento do conflito entre Cid e os amotinados.

O Ceará, pontuou Ciro Gomes, um dos estados mais pobres do Brasil, ofereceu, “numa ampla negociação”, uma remuneração de cinco salários mínimos para o policial jovem que começa a carreira. “Um soldado da polícia começar a vida, com vinte e poucos anos, ganhando cinco salários, enquanto um professor não ganha isso, é uma inversão de valores grave”, avaliou.

“É justo que, depois de uma negociação que chega a este patamar, uma minoria se imponha, de máscara no rosto, mandando o comércio fechar as portas, estimulando bandidos a tomar viaturas da polícia no meio da rua e descerem os policiais a ponta de arma?”, acrescentou Ciro.

Ele disse ainda que a presença da deputada federal Major Fabiana (PSL-RJ) em Sobral mostra que “estão querendo trazer o Rio de Janeiro para cá”. A deputada mencionada “é ligada à milícia do Rio de Janeiro e estava aqui no Ceará acompanhando o miliciano daqui e desceu aqui despudoradamente (na cidade)”. Os deputados Capitão Wagner (Pros-CE) e capitão Alberto Neto (PRB-AM) acompanharam a parlamentar a Sobral.
Violência inaceitável

O governador do Ceará classificou de “inaceitável a extrema violência sofrida pelo senador licenciado Cid Gomes”. A violência foi “provocada por um grupo de policiais mascarados, amotinados num quartel”, disse Camilo Santana. Segundo ele, “esses crimes não ficarão impunes”.

Questionado sobre a atitude de Cid Gomes antes de ser baleado, Ciro disse que “ele tentou tudo” para tentar resolver o conflito instaurado em Sobral, um “motim de canalhas e bandidos que fez o povo de refém”.

“Antes daquilo, (Cid Gomes) estava com um megafone, não tinha arma nenhuma e levou um soco no rosto. Se os elegantes da política brasileira consideram que faltou elegância, quero saber se eles acham que o fascismo se enfrenta com flores. Nós aqui vamos enfrentar com a arma que for necessário.”

O governo cearense retomou o controle do 3° Batalhão na madrugada desta quinta-feira (20), ocupado desde terça (18), antes da chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Ainda nesta quinta, chegou a Fortaleza um avião com agentes da Força Nacional. Outra aeronave saída de Brasília chegaria no final da tarde. Serão 300 agentes e 212 policiais rodoviários federais. O contingente – reforçado por homens e mulheres baseados na cidade de Paulista (PE) – foi enviado a pedido do governador ao ministro da Justiça, Sergio Moro.


1 Comentários

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  1. Este pessoal da esquerda que repudia o comportamento de Cid Gomes, se vivessem na Europa na época sob o jugo nazista, seria contrário aos ativistas da Resistência Francesa, pois usavam armas no combate aos nazistas.

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