Sérgio Moro
Na parcela mais informada da população, da mídia, do Congresso e dos Tribunais superiores, não há mais dúvidas sobre as ameaças que pairam sobre a democracia.
As manifestações de apreço pela democracia são comoventes, sendo engrossadas por figuras que, até algum tempo atrás, eram os maiores arautos do discurso de ódio.
Até que ponto essas manifestações são sinceras, ou apenas expressam o desagrado com o candidato a ditador de plantão?
Para saber, é só fazer a prova do pudim: Sérgio Moro.
Sérgio Moro é uma vocação autoritária
Cinco pontos para comprovar que Moro é uma ameaça à democracia muito mais grave do que Bolsonaro. É a maior vocação autoritária que chegou ao Ministério da Justiça, desde Felinto Miller e Armando Falcão.
Cinco cenas exemplares,
- Lei de Segurança Nacional contra o porteiro do Condomínio de Bolsonaro.
- Usou a LSN contra Lula, por críticas a Bolsonaro.
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- Lei de Segurança Nacional contra festa punk
- Não condenação do motim dos policiais do Ceará
Depois, não reagiu contra a ordem de Bolsonaro, de interromper a intervenção antes do final da greve. Só voltou atrás quando os governadores ameaçaram enviar suas tropas para conter os amotinados.
- Ameaças a Glenn Greenwald
Por que Moro é poupado pela Globo?
A condescendência com que é tratado pela Rede Globo é a comprovação maior de que a defesa da democracia é apenas um instrumento de luta política, quando o déspota de plantão não satisfaz.
Alguns poderiam interpretar que é uma prova de má consciência, pelo apoio dado a Moro, quando se tornou peça central da campanha do impeachment.
Mas, se houvesse intenção, haveria um episódio de corte para justificar a mudança de posição: a própria indicação de Moro para Ministro da Justiça do governo que ele ajudou a eleger.
É evidente que Moro é tratado como exército de reserva político, em função do seu atual nível de popularidade, amplamente turbinado pelo Jornal Nacional.
Essa é a grande desgraça nacional. Não existe convicção democrática, mas uso oportunista do discurso, dependendo das circunstâncias. A mesma voz que estuprava a democracia passa a ser sua defensora. E, dependendo das circunstâncias, amanhã voltará de novo a namorar o estado de exceção. E a hipocrisia nacional fingirá que há sinceridade nos dois momentos.
Por GGN
Essa é a grande desgraça nacional. Não existe convicção democrática, mas uso oportunista do discurso, dependendo das circunstâncias. A mesma voz que estuprava a democracia passa a ser sua defensora. E, dependendo das circunstâncias, amanhã voltará de novo a namorar o estado de exceção. E a hipocrisia nacional fingirá que há sinceridade nos dois momentos.
Por GGN
Partido dos Trabalhadores

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