© Folhapress / Wellington Macedo

O líder do movimento grevista da polícia do Ceará, Cabo Sabino, afirmou que um "policial é treinado para defender a vida das pessoas" ao comentar tiro que atingiu senador Cid Gomes (PDT-CE).

Segundo o ex-deputado federal, Cid chegou ao quartel onde ocorreu o episódio, em Sobral, ameaçando os policiais e seus familiares, que estão amotinados no local em protesto por melhores condições de trabalho.

"Quando [Cid Gomes] chegou no quartel, ele deu cinco minutos para que policiais esposas e filhos saíssem em paz. Disse que se passasse disso não se responsabilizaria. Depois ele pega esse trator e joga contra eles no quartel", afirmou Sabino, segundo entrevista publicada pelo portal UOL.

O senador foi baleado na quarta-feira (19) ao tentar furar o bloqueio feito por policiais no 3° Batalhão da Polícia Militar usando uma retroescavadeira.

O líder do movimento disse que o tiro foi uma "reação" à atitude de Cid Gomes.

'Foi um atentado'

"Só que ele esquece que o policial é treinado para defender a vida das pessoas, quanto mais de colegas, esposas e filhos? [Os tiros] não foram uma ação, foram uma reação. Ele colocou um trator esmagando pessoas. Aquilo não foi um atentado contra aqueles policiais, foi contra todo e qualquer policial, esposas, filhos e qualquer trabalhador", justificou.

Cid Gomes saiu da UTI nesta quinta-feira (20). Ele foi encaminhado para a enfermaria, onde deve seguir internado, mas sem risco de vida, segundo divulgado pelo portal G1. O parlamentar pediu licença temporária de suas funções parlamentares em dezembro de 2019.



Sabino disse ainda que o senador fez um vídeo chamando "o povo de bem" de Sobral a se unir a ele para desocupar o quartel.

"Ele fez um vídeo incitando a população do município a combater, a enfrentar policiais", afirmou o ex-deputado federal. 

Líder acusa governador

O cabo ainda acusou o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), de articular a invasão ao quartel de Sobral ao lado de Cid Gomes.

"Não tenho dúvidas de que Camilo apoiou. Não foi uma atitude impensada: foi articulada. O senador colocou um vídeo nas redes sociais pela manhã, o governador deve ter sido o primeiro a ver. Você não acha que o governador não ligou? Com certeza teve todo o apoio do governo. Foi ação pensada e articulada", criticou.

Segundo Sabino, a adesão da categoria à greve é de 65% em todo o estado, chegando a 80% no interior do Ceará. Em 2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu que greves da polícia eram ilegais.

Os policiais cearenses exigem que o governo do estado refaça sua proposta de reestruturação salarial. O projeto de lei prevê aumento para soldados da PM e bombeiros de R$ 3.475 para R$ 4.500, com reajuste parcelado em três vezes até 2022.

Os policiais, no entanto, pedem que o pagamento seja feito em apenas uma parcela e que seja apresentado um plano de carreira para a categoria.

O movimento provocou uma crise de segurança no estado. O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, autorizou ontem o envio da Força Nacional para o Ceará, após pedido do governador.


Sputnik Brasil

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