A demissão de Mandetta precipitaria uma debandada sem precedentes do que resta de apoio político ao presidente. Fim da linha para o ex-capitão
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro Luiz Henrique Mandetta - Foto Orlando Brito
Ainda que seja difícil apontar quem está desobedecendo quem, a situação concreta contrapõe um ministro cercado de apoio político e social – inclusive de organizações internacionais – a um presidente isolado e fragilizado politicamente, que fala para uma parcela da população e para apoiadores radicais. Mandetta é da velha escola política do DEM – descendente direto da Arena, do PDS e do PFL de Antôno Carlos Magahães e outros – e está fazendo um jogo de profissa: avisou que não vai pedir demissão.
Se quiser se livrar dele, pelas discordâncias brutais em relação ao enfrentamento do coronavírus, Bolsonaro terá que demiti-lo. E como será o dia seguinte à demissão do sujeito que está comandando todas as ações na área da saúde e que, até agora, parece ter conquistado a credibilidade e as boas graças da sociedade? De cara, haverá uma conflagração diante da suspensão de medidas como o isolamento horizontal, que parece ter amplo apoio da população.
Rodrigo Maia e Onyx Lorenzoni – Foto Orlando Brito
Mais do que isso, a hipotética saída de Mandetta precipitaria uma debandada sem precedentes do que resta de apoio político ao presidente. Seu partido, o DEM – que é
de Mandetta, Tereza Cristina e Onyx, mas também de Rodrigo Maia e ACM Neto – poderá entregar seus outros cargos e partir para a articulação do impeachment de
Bolsonaro. Fim da linha para o ex-capitão.
É por isso que, apesar dos rumores de demissão do ministro da Saúde, e dos sinais propositais que o presidente vem emitindo nesse sentido, muita gente acha que Bolsonaro não terá coragem para isso. Vai continuar brincando de desobedecer Mandetta.
Os Divergentes


Postar um comentário
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;