Bolsonaro se atrapalhou com a máscara durante coletiva. Reprodução de vídeo
Bolsonaro em entrevista coletiva e os moradores do Chapéu Mangueira e Babilônia no Rio de Janeiro já adiantaram seu barulhaço. pic.twitter.com/hKoMwmWgvl— Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) March 18, 2020
O presidente Jair Bolsonaro usou uma entrevista coletiva de seu ministério para convocar um “panelaço a favor” hoje, às 21 horas, logo depois do horário marcado por adversários do governo para protestar.
A manifestação de oposicionistas está marcada para as 20h30m.
Bolsonaro negou ter convocado para as manifestações de 15 de março, o que é mentira: ele fez isso em discurso público em Roraima, durante escala antes de viajar para os Estados Unidos.
Durante a entrevista, foi anunciado que um segundo ministro está contaminado pelo coronavírus: Bento Albuquerque, das Minas e Energia, se juntou ao general Alberto Heleno, da Segurança Institucional.
O ministro Bento tem 61 anos de idade e Heleno, 73. Ambos fazem parte do grupo de maior risco, embora informações recentes sobre a evolução de pacientes mais jovens na Itália e na França tenham causado alerta em autoridades de saúde.
São 19 as pessoas que tiveram contato com autoridades ligadas a Jair Bolsonaro e testaram positivo para o coronavírus, incluindo agora o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
O primeiro infectado foi o secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, que retornou com sintomas de Miami e fez o teste em 11 de março.
Wajngarten fazia parte da delegação de Bolsonaro que se encontrou com o presidente Donald Trump na Flórida.
Bento e Heleno, embora sob suspeita, mantiveram suas agendas públicas normalmente nos últimos dias, mesmo depois de revelado que o secretário de Comunicação havia testado positivo.
A justificativa para o uso de máscaras hoje é de que ministros de Bolsonaro mantiveram contato com os dois colegas.
Porém, no domingo, o presidente da República participou sem máscara de uma manifestação contra o Congresso e o STF. Ele tocou e foi tocado por manifestantes, com os quais compartilhou objetos.
“Tenho obrigação de saudar o povo. Se eu me contaminei, ninguém tem nada a ver com isso. Não faço demagogia. Não faço populismo”, disse Bolsonaro a respeito.
O próprio Ministério da Saúde de Bolsonaro, no entanto, orienta pessoas sob suspeita a se manterem em quarentena, longe de aglomerações.
Na coletiva de hoje, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta só falou depois do diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, que tem feito um discurso público mais alinhado ao do presidente.
Os ministros de Bolsonaro não cumpriram a margem de separação física entre pessoas sob suspeita de contaminação recomendada pela Organização Mundial de Saúde.
O Brasil já teve três mortes por coronavírus, todas em São Paulo e no mesmo hospital, de pacientes de 62, 65 e 80 anos de idade.
Durante a coletiva, o governo anunciou que vai oferecer R$ 200 durante até três meses a trabalhadores informais. São 38 milhões de pessoas no Brasil.
A medida vai ao encontro de propostas da oposição de socorrer os mais vulneráveis num momento de paralisação da economia.
A bolsa de valores pouco reagiu à notícia e o Ibovespa fechou em queda de 11,62%, a 66.182 pontos, depois de ter atingido mais de 116 mil em meados de fevereiro.
O Ibovespa estava em 91.012 pontos no dia da posse de Jair Bolsonaro.
O dólar fechou a R$ 5,20.
O banco JP Morgan já prevê que o PIB brasileiro poderá ter retração de 1% em 2020.
Com queda de 6,30%, o índice Dow Jones fechou hoje abaixo dos 20 mil pontos em Nova York.
Os negócios da bolsa brasileira são fortemente influenciados pelo que acontece nos Estados Unidos.
Quando Donald Trump assumiu, o índice Dow Jones fechou em 19.732 pontos.
Hoje, ficou em 19.898, praticamente varrendo os ganhos que Trump costumava atribuir às suas ações como presidente.
Viomundo

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