No dia do aniversário do golpe, vice-presidente usou as redes sociais para distorcer fatos históricos e celebrar a ditadura que perseguiu, torturou e matou por 21 anos no país

O general Mourão. Foto: YouTube

Por Luisa Fragão  
Em plena crise do coronavírus, o governo de Jair Bolsonaro não deixa de, mais uma vez, tentar reescrever a história do país através de uma narrativa manipulada sobre a ditadura militar. O vice-presidente Hamilton Mourão aproveitou o aniversário do golpe de 1964, neste 31 de março, para exaltar a ditadura que se alastrou no país e que perseguiu, torturou e matou minorias e opositores.

“Há 56 anos, as FA intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população. Com a eleição do General Castello Branco, iniciaram-se as reformas que desenvolveram o Brasil. #31deMarçopertenceàHistória”, escreveu o vice-presidente de Jair Bolsonaro no Twitter.


Ao contrário do que foi dito por Mourão, o ex-presidente Castello Branco não foi eleito. O militar em questão foi o primeiro da ditadura militar no Brasil, sendo então um dos articuladores do golpe de 64 que derrubou João Goulart. Uma das primeiras medidas do militar, por exemplo, foi a promulgação do Ato Institucional 2, que aboliu o pluripartidarismo e concedeu poderes ao presidente para cassar mandatos de deputados e convocar eleições indiretas.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também elogiou o golpe militar através de um comunicado emitido nesta segunda-feira (30). Nele, o ministro diz que a ditadura é um “marco para a democracia brasileira”.

“Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres. O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou”, escreveu Azevedo e Silva.

De acordo com a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), a Lei dos Crimes de Responsabilidade e (Lei 1.079/50) e o Código Penal (artigo 287), exaltar a ditadura militar é crime no Brasil.

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