Entre os males que a insânia de governantes primários, que deliram entre o medo de serem aniquilados pela pandemia ou dela saírem como os super-heróis que pensam ser, os gigantes da pequenez, como o que temos aqui, está o da transformação do conhecimento científico em uma espécie de “programa de auditório”, onde a quantidade de aplausos da plateia decidirá quem “vai para o trono ou não vai”.
Estamos assistindo um espetáculo trágico, onde governantes viram “chefes de torcida” de teses científicas, como se estarem corretas dependesse do número de adeptos que conseguem e de que o “juiz-povo” dê a ela a vitória.
Estamos diante do inconcebível de um presidente da República “prescrever” medicação por decreto, converter dúzia e meia de fanáticos a exigir que a ministrem como “poção mágica”, completamente dissociada de certezas de sua efetividade e, pior, dos riscos à saúde coletiva que isso representa.
Claro, isso encontra alguns candidatos a “milagreiro” nas comunidades científicas, porque afinal e transformará em gordos lucros em sua notoriedade e carreiras.
Falta apenas transformar as publicações científicas em posts nas redes sociais e medir por “likes” e “dislikes” a validade da tese sustentada.
Mas, afinal, não é isso que nos acostumamos a fazer com tudo, transformando a vida social num Big Brother, com seu respectivo “paredão”?
Começamos a fazer decisões judiciais serem medidas assim, candidatos ao governo a só assim serem avaliados e, na hora de decidir, apoiados por, fossem o que fossem, serem aqueles capazes de “derrotar o PT”, para eles a doença social?
O preço disso é termos perdido tempo neste enfrentamento com o relógio da morte, e ainda o estarmos perdendo, exatamente como ocorre nos Estados Unidos, sombria advertência sobre loucos e loucura, agora já com 400 mil infectados e 13 mil mortos, quase dois mil apenas ontem.
Deixamos, em nome de discutir se algo de nome complicado e efeitos ainda desconhecido – o que pertence aos laboratórios e cientistas, não a nós – de focar no isolamento que é, entre todos, o único método que demonstrou cabalmente a sua eficiência no combate à pandemia.
Há uma cura à vista, o que importa a doença, não é?
Da maneira mais dolorosa, estamos aprendendo que fanatismo é loucura e morte.
Tijolaço


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