Três semanas após serem vacinados, os animais entraram em contato com o novo coronavírus — e nenhum deles desenvolveu quadros graves da infecção
REDAÇÃO GALILEU
Pela primeira vez, uma das vacinas que está sendo estudada para a prevenção da Covid-19 funcionou quando testada em animais, mais especificamente em macacos. O medicamento é uma versão quimicamente inativada do vírus que, quando entra em contato com o sistema imunológico, promove o desenvolvimento de anticorpos contra o novo coronavírus.
A vacina está sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores da empresa Sinovac Biotech, cuja base fica em Pequim, na China. O artigo científico preparado pela equipe ainda está sendo revisado por outros cientistas, mas uma versão prévia do documento foi compartilhada no bioRxiv no último domingo (19).
Nos testes, os especialistas administraram duas doses diferentes da vacina para um total de oito macacos-rhesus (Macaca mulatta). Três semanas depois, o grupo introduziu o Sars-CoV-2 nos pulmões dos animais através de tubos nas traqueias — e nenhum deles desenvolveu uma infecção completa.
Os macacos que receberam a dose mais alta de vacina tiveram a melhor resposta: sete dias após entrarem em contato com o coronavírus, os pesquisadores não conseguiram detectá-lo na faringe ou nos pulmões dos animais. Algumas das cobaias que receberam doses mais baixas tiveram um "surto viral", mas também controlaram a infecção.
Já os macacos que não foram vacinados e entraram em contato com o Sars-CoV-2 apresentaram altos níveis de RNA viral em várias partes do corpo e desenvolveram quadros de pneumonia grave. Os resultados dão confiança de que a vacina funcionará em humanos, diz Meng Weining, diretor da Sinovac, segundo a revista Science.
Agora a droga deve passar por ensaios clínicos e ser administrada em 144 indivíduos para determinar se ela é segura. Depois disso, a vacina será testada em mil pessoas para que os cientistas avaliem sua eficácia. Vale lembrar que os voluntários não correm o risco de desenvolveram a Covid-19.
A tecnologia utilizada no medicamento é antiga, mas, segundo os especialistas, continua sendo utilizada porque é eficaz. "O que eu mais gosto é que muitos produtores de vacinas, também em países de baixa e média renda, poderiam fazer esse medicamento", afirmou Florian Krammer, professor do Departamento de Microbiologia da Escola de Medicina de Icahn no Hospital Monte Sinai, nos Estados Unidos, em seu Twitter.SAIBA MAIS
Entretanto, outros pesquisadores, que estudaram a versão pré-publicada do artigo, dizem que o teste foi feito em um número muito pequeno de animais e ponderam que o coronavírus afeta macacos e humanos de formas diferentes. "Mais trabalho precisa ser feito", ressaltou Douglas Reed, da Universidade de Pittsburgh, que também está testando vacinas para prevenir a Covid-19.
Já Lucy Walker, professora de regulação imunológica da University College London, que não participou da pesquisa, disse noTwitter que é preciso analisar "se a vacina gera proteção duradoura". Ou seja, é preciso descobrir se a imunização gerada pela droga será contínua: "Essa é uma questão fundamental", escreveu.
Galileu
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| Vacina protege macacos contra Covid-19 pela primeira vez (Foto: Unsplash) |
Pela primeira vez, uma das vacinas que está sendo estudada para a prevenção da Covid-19 funcionou quando testada em animais, mais especificamente em macacos. O medicamento é uma versão quimicamente inativada do vírus que, quando entra em contato com o sistema imunológico, promove o desenvolvimento de anticorpos contra o novo coronavírus.
A vacina está sendo desenvolvida por um grupo de pesquisadores da empresa Sinovac Biotech, cuja base fica em Pequim, na China. O artigo científico preparado pela equipe ainda está sendo revisado por outros cientistas, mas uma versão prévia do documento foi compartilhada no bioRxiv no último domingo (19).
Nos testes, os especialistas administraram duas doses diferentes da vacina para um total de oito macacos-rhesus (Macaca mulatta). Três semanas depois, o grupo introduziu o Sars-CoV-2 nos pulmões dos animais através de tubos nas traqueias — e nenhum deles desenvolveu uma infecção completa.
Os macacos que receberam a dose mais alta de vacina tiveram a melhor resposta: sete dias após entrarem em contato com o coronavírus, os pesquisadores não conseguiram detectá-lo na faringe ou nos pulmões dos animais. Algumas das cobaias que receberam doses mais baixas tiveram um "surto viral", mas também controlaram a infecção.
Já os macacos que não foram vacinados e entraram em contato com o Sars-CoV-2 apresentaram altos níveis de RNA viral em várias partes do corpo e desenvolveram quadros de pneumonia grave. Os resultados dão confiança de que a vacina funcionará em humanos, diz Meng Weining, diretor da Sinovac, segundo a revista Science.
Agora a droga deve passar por ensaios clínicos e ser administrada em 144 indivíduos para determinar se ela é segura. Depois disso, a vacina será testada em mil pessoas para que os cientistas avaliem sua eficácia. Vale lembrar que os voluntários não correm o risco de desenvolveram a Covid-19.
A tecnologia utilizada no medicamento é antiga, mas, segundo os especialistas, continua sendo utilizada porque é eficaz. "O que eu mais gosto é que muitos produtores de vacinas, também em países de baixa e média renda, poderiam fazer esse medicamento", afirmou Florian Krammer, professor do Departamento de Microbiologia da Escola de Medicina de Icahn no Hospital Monte Sinai, nos Estados Unidos, em seu Twitter.SAIBA MAIS
Entretanto, outros pesquisadores, que estudaram a versão pré-publicada do artigo, dizem que o teste foi feito em um número muito pequeno de animais e ponderam que o coronavírus afeta macacos e humanos de formas diferentes. "Mais trabalho precisa ser feito", ressaltou Douglas Reed, da Universidade de Pittsburgh, que também está testando vacinas para prevenir a Covid-19.
Já Lucy Walker, professora de regulação imunológica da University College London, que não participou da pesquisa, disse noTwitter que é preciso analisar "se a vacina gera proteção duradoura". Ou seja, é preciso descobrir se a imunização gerada pela droga será contínua: "Essa é uma questão fundamental", escreveu.
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