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Um dos principais jornais dos Estados Unidos ocupou metade da primeira página da quinta-feira, 2 de abril, com a foto aérea de um cemitério de São Paulo, mostrando um enterro no qual funcionários públicos usavam roupas de proteção.
A manchete foi para um alerta do vice-presidente Mike Pence, alertando que os Estados Unidos estão no caminho da Itália quanto ao impacto da pandemia.
Os EUA foram o primeiro país a registrar mil mortes por dia devido ao coronavírus.
Na Itália, que tem mais de 13 mil mortes, pessoas morreram em casa por falta de atendimento e mais de 50 médicos perderam a vida contaminados pelo vírus.
A reportagem do Washington Post que cita o Brasil faz uma previsão sombria: Contágio pode esmagar o mundo em desenvolvimento,diz o título.
“No Brasil, onde o presidente classificou o maior surto da América Latina de fantasia, os números estão subindo rapidamente”, registra o texto.
Alerta que “epidemiologistas e outros especialistas em saúde pública dizem que o coronavírus está prestes a se espalhar perigosamente para o sul, envolvendo nações em desenvolvimento já afetadas por sistemas de saúde desgastados, governos frágeis e populações pobres para as quais o distanciamento social pode ser praticamente impossível”.
Cita o diretor do Instituto Global de Saúde de Harvard, Ashish Jha, que prevê: “Daqui a três a seis semanas, a Europa e a América continuarão agonizando — mas não há dúvida de que o centro se mudará para lugares como Mumbai, Rio de Janeiro e Monróvia”.
O jornal lembra que, por enquanto, não se confirmou a expectativa de que o vírus iria se espalhar com menos rapidez em regiões tropicais.
A legenda da foto lembra que Bolsonaro falou em “fantasia”
“No Brasil, o maior país da América Latina, com mais casos notificados, a resposta do governo tem sido uma mistura de desatenção presidencial, disputas internas e sinais contraditórios que os especialistas em saúde temem que possam trazer consequências devastadoras”, registrou o Washington Post.
“Os estados mais populosos, na costa sudeste do país, fecharam efetivamente. Mas o presidente Jair Bolsonaro chamou a crise de fantasia impulsionada por um pouco de frio. Em discurso nacional na semana passada, ele pediu aos brasileiros que retornem às ruas, comércio e escolas. Então ele se gabou de que, se estivesse infectado, venceria a doença com sua força física atlética”, contou o diário de Washington a seus leitores.
O jornal também destacou a falta de uma rede de proteção pessoal:
“Paulo Roberto Nunes, 52, vende amendoim na Rocinha, a maior favela do Rio. Ele diz que não pode parar de trabalhar. Nunes tem cinco filhos, quatro dos quais moram com ele, então ele ainda está andando pelas ruas quase vazias, empurrando seu carrinho de amendoim. Gostaria de ficar em casa para tentar impedir a propagação da doença, disse ele. Mas quem colocará comida na mesa? O que uma pessoa como eu faz?“.
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