Os 75% de apoio à democracia auferidos pelo Instituto Datafolha não são para se comemorar, diz a brasilianista Amy Erica Smith, professora na Universidade de Iowa, nos EUA. Ela diz que se as ameaças são reais, a visão favorável à democracia tende a subir



247 - A suposta boa notícia de que os brasileiros estão majoritariamente ancorados na ideia de um regime democrático levou um balde de água fria da professora Amy Erica Smith, especialista em Brasil na Universidade de Iowa, EUA. Ela compara o resultado da pesquisa a um termostato, aparelho que regula a temperatura de um ambiente.

A pesquisadora afirma que se as ameaças parecem reais, a visão favorável ao regime democrático tende a subir. Ou seja, o apoio majoritário apontado pela pesquisa tem um lado frustrante: a população enxerga risco real de um retrocesso autoritário.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que “Smith se diz descrente de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mude suas opiniões sobre o tema, mesmo com a pressão de diversos movimentos e campanhas surgidos nas últimas semanas, incluindo uma da Folha.”

Ela diz: “na mente de Bolsonaro, um governo militar não é incompatível com a democracia. A ideia do que ele pensa sobre democracia não é mesma que a minha ou a sua.”

A pesquisadora afirma: “há estudos que sugerem que quando a democracia está em crise, ocorre o que acadêmicos chamam de resposta termostática. Se fica muito quente num recinto, o termostato liga o ar refrigerado.

No caso da democracia, há evidências que mostram que, se as coisas ficam ruins, o apoio a ela cresce. Isso é real em particular com pessoas que se opõem ao regime autoritário, mas ocorre mesmo com os que se beneficiam dele. Não estou dizendo que o Brasil viva hoje em um regime autoritário, apenas que quando a democracia é ameaçada em um país, as pessoas passam a apoiá-la bastante.”


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