O jornal Folha de S. Paulo, edição deste sábado (20), registra que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se esforça para cooptar o Supremo Tribunal Federal (STF) se aproximando do ministro Luiz Fux, próximo presidente da corte a partir do mês de setembro.
Mal sabe o Senhor Presidente que Fux é aliado estratégico do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato, partido que ambiciosa o poder tanto quanto Bolsonaro.
Há um ano, o site The Intercept Brasil divulgava trecho de uma mensagem entre Moro e Dallagnol, ocorrida em 22 de abril de 2016.
Dallagnol encaminha para o juiz Sérgio Moro mensagens que enviou para um grupo de procuradores da Lava Jato. Deltan relata uma conversa que teve com o ministro Fux, que teria dado apoio a Operação após uma “queda de braço” entre Moro e o também ministro do STF Teori Zavascki. Em resposta, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública comemora: “Excelente. In Fux We trust” (Em Fux nós confiamos).
Feito esse recorte, voltemos à Folha.
Segundo o jornalão paulistano, após desgastes com decisões contrárias a aliados, há uma movimentação no governo no sentido de reestabelecer com a corte as pontes dinamitadas por Bolsonaro, seus filhos e militantes bolsonaristas. A intenção do presidente da República é ‘ficar de bem’ até com o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no STF.
A turma do ‘deixa-disso’ que busca interlocução com o STF, de acordo com a Folha, é formada pelas seguintes autoridades políticas:
- Fernando Azevedo (ministros da Defesa);
- André Mendonça (ministro da Justiça);
- Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado;
- Jorge Oliveira (Secretaria-Geral); e
- Luiz Ramos (Secretaria de Governo).
De acordo com a reportagem assinada pelos jornalistas Gustavo Uribe e Julia Chaib, nessa tentativa de aproximação, o presidente Jair Bolsonaro terá de ‘sossegar o facho’, como se diz no interior do País. Mesmo diante de decisões do STF que o desagrade, pelo combinado, Bolsonaro não irá mais criticar ministros e a corte máxima.
A Folha lembra que, além da proximidade com a Lava Jato, Fux é unha e carne com a Rede Globo –o que gera desconfiança de Bolsonaro, que considera a emissora inimiga do governo.

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