GESTÃO DESASTROSA

Ante 54.971 mortos e 1.228.114 infectados desde março, governo cumpre papel desastroso, avalia o Tribunal de Contas da União

Por Gabriel Valery, da RBA
Sem a cautela devida, muitas cidades passam a ver explodir os números referentes ao novo coronavírus Mateus Pereira/GOVBA


São Paulo – O Brasil segue com média acima das mil mortes por dia decorrente da covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram registradas 1.141 vítimas, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com o acréscimo, já são 54.971 brasileiros mortos pela doença desde o início da pandemia. O número de infectados também cresce e a curva de contágio segue em alta.

Números consolidados pelo Conass, que reúne dados dos 26 estados e do Distrito Federal


Em um dia, foram registrados 39.483 novos doentes, em um total de 1.228.114. O Brasil é o segundo país mais afetado pelo coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos, tanto em número de mortos quanto de infectados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o Brasil como epicentro do novo coronavírus, posto que já dura mais de duas semanas. A pandemia segue descontrolada no país, como também informa o Imperial College, da Inglaterra – um dos maiores centros de pesquisas em epidemias do mundo.

Entidades nacionais entendem da mesma forma. Especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) analisam a pandemia como intensa, com tendências imprevisíveis. Enquanto isso, governadores e prefeitos preferem falar, e promover, o relaxamento de medidas de proteção à população.

População desassistida

Muitas cidades e estados passaram a adotar o relaxamento no distanciamento social. O movimento começou, sobretudo, há duas semanas. Como o vírus tende a ficar até 15 dias assintomático no portador, os resultados começam a aparecer. A OMS chegou a reconhecer que a pandemia tinha diminuído seu ritmo no país, mas que a cautela deveria ser mantida.

Sem a cautela devida, muitas cidades passam a ver explodir os números referentes ao novo coronavírus. A sinalização de um suposto controle fez com que os cidadãos deixassem em massa o isolamento social. Shoppings abertos com filas e praias lotadas resultam em uma retomada da pandemia.

Já no âmbito federal, a situação é ainda mais grave. O presidente, Jair Bolsonaro, desde o início da pandemia, ridicularizou o vírus. Chegou a chamar de “gripezinha” e apostou que a covid-19 mataria menos de 800 pessoas, número de vítimas da cepa viral da gripe H1N1.

Omissão

O resultado agora explode, com o presidente omisso, sem atitudes de proteção à população, após demitir dois ministros da Saúde. No momento, o país tem um ministro interino, um general especialista em logística, que nunca trabalhou na área médica.

Ontem (24), o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou um relatório que denuncia a falta de diretrizes do governo federal contra a pandemia. O documento mostra que as ações da cúpula bolsonarista estimula mortes, infecções e também desperdiça dinheiro público.

Assinado pelo ministro Vital do Rêgo, o relatório mostra a importância dos governadores para amenizar a ingerência federal. “Devido à inexistência de mecanismos para orientar e negociar com os entes federativos, setor privado e organismos não-governamentais poderão ocorrer atrasos no atendimento das demandas dos estados e municípios, adoção de ações desarticuladas e inadequadas no combate à pandemia e nas medidas de distanciamento social ou relaxamento resultando em aumento descontrolado no número de infectados e óbitos”, afirma.

Números

São Paulo segue como epicentro regional – com curva de contágio também em alta –, seguido pelo Rio de Janeiro, Ceará, Pará, Maranhão e Amazonas. Confira os números:



Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads