Durante reunião no Senado, governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande, e do Mato Grosso, Mauro Mendes, reclamaram da falta de coordenação do Executivo no combate à pandemia

 (Foto: Agência Senado)
Governador Mauro Mendes participou de reunião remota da comissão mista que acompanha as ações de combate à covid-19 (Foto: Agência Senado)

Agência Senado - Os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande, e do Mato Grosso, Mauro Mendes, pediram mais coordenação e liderança do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. Eles participaram, nesta quinta-feira (25), de uma audiência via internet da comissão mista que acompanha as ações do Executivo no combate à Covid-19.

A comissão recebeu os governadores na condição de representantes dos consórcios regionais, criados a partir de 2015, quando estados estavam e situação de calamidade fiscal, que têm atuado agora na busca de soluções conjuntas neste momento de crise.


Presidente do consórcio que abrange a região central do Brasil, o governador Mauro Mendes lembrou que dinheiro não é tudo e disse ser necessário uma liderança que una o país na criação de soluções coletivas:

— O governo federal faz esforço, mas dinheiro não é tudo. Precisamos de uma articulação mais presente e mais próxima, uma liderança para o país. A interinidade do atual ministro da Saúde, por exemplo, gera instabilidade. Além disso, trocar três ministros em um período tão crítico da história da saúde pública brasileira não é algo razoável. Espero que o governo possa pacificar isso. Se é para continuar com o atual, que o confirme definitivamente, para que ele possa liderar este país — opinou.

Comitê gestor

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, do consórcio das regiões Sul e Sudeste, também reclamou da instabilidade no comando do Ministério da Saúde. Na opinião dele, não há má vontade, mas dificuldades causadas pelas constantes mudanças na pasta.

— O comportamento do presidente deixa dúvida na cabeça das pessoas. Além disso, há uma politização da pandemia, aliás, tudo está sendo politizado no Brasil de hoje. O ideal seria seguirmos outros países, com a coordenação central para que os entes federados estivessem juntos nesse enfrentamento, enviando à população a mesma mensagem: distanciamento social, isolamento e uso de máscara.

Indagado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), vice-presidente da comissão, se ainda haveria tempo para a criação de um comitê gestor da crise, o governador capixaba disse que não só haveria tempo, como seria algo necessário, visto que o Brasil ainda está na fase crescente da doença e não chegou ao platô.

— No Brasil temos visões diferentes que têm atrapalhado o trabalho nos estados. Por isso, pedimos uma coordenação nacional que envie mensagens que  reconheçam a letalidade e a importância dessa pandemia — afirmou.

Já o terceiro governador a participar da audiência desta quinta-feira, Waldez Góes, do Amapá, lamentou o atraso inicial na articulação para o enfrentamento da crise.

— As coisas foram muito demoradas. A bem da verdade, por quase 60 dias os estados individualmente tiveram que adotar uma série de providências para fazer o enfrentamento à covid — constatou o representante do consórcio da Amazônia Legal.

Prefeituras

Na fase de debates, o senador Esperidião Amin (PP-SC) lembrou que o problema da integração não diz respeito somente ao governo federal com estados, mas a governadores com prefeitos, visto que têm havido muitas controvérsias entre eles:

— Quero oferecer a minha solidariedade e sugerir que os governadores se reúnam para o diálogo construtivo. Há muitos antagonismos: entre prefeitos, entre prefeitos e unidades federadas e a própria União. Divididos não sobreviveremos, mas unidos temos chance e escapar — concluiu.

Dificuldades


Outras dificuldades apontadas pelos governadores na reunião foram a falta de medicamentos, a alta nos preços de remédios e equipamentos e a escassez de mão de obra. Segundo os governadores, os preços dispararam, os gestores têm dificuldade de fazer compras e os profissionais de saúde são obrigados a se afastar por conta de contaminações.

— Temos aí uma realidade dura. Os preços explodiram e os administradores estão com medo de comprar para depois responderem eternamente por ação de improbidade. Isso cria um ambiente muito hostil e que depõe contra o interesse de tomar providencias contra a população — avaliou Mauro Mendes.

No fim da reunião, o presidente da comissão mista, senador Confúcio Moura (MDB-RO), anunciou que o próximo encontro do colegiado está marcado para terça-feira (30), às 10h. Senadores e deputados pretendem ouvir agora representantes dos prefeitos.


Brasil 247

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