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Foto da performance "Genocídio", organizada pelos coletivos Alerte France-Brésil e Md18 Oficial na praça do Trocadero, em Paris. © Copyright Paula Caldeira
Texto por:Paloma Varón

O vídeo “Génocide” (Genocídio), foi lançado nesta sexta-feira (12) em Paris, para "denunciar a necropolítica do Estado brasileiro". “Fizemos uma performance e um vídeo sem mencionar o nome do presidente do Brasil (Jair Bolsonaro), mas fica claro de que se trata dele. Ele encarna a necropolítica em escala mundial”, disse à RFI a roteirista e cineasta Liliane Mutti, autora do vídeo.


O ato de protesto, organizado pelos coletivos Alerte France-Brésil e Md18 Oficial, aconteceu na praça do Trocadero, espaço emblemático de Paris, tendo como pano de fundo a Torre Eiffel.

Dez membros dos coletivos encenaram essa performance baseada no manifesto “A cada dia, o Brasil morre um pouco mais” (ler ao final desta matéria). Bilingue, em francês e português, o texto denuncia “os ataques do governo à população brasileira, sob o olhar complacente das potências estrangeiras”.

Vestidos de preto e com alvos nas costas, os participantes usavam máscaras com os dizeres "Amazônia", "Mulheres", "Indígenas", "Artistas", "Justiça social", "Negros", "Lgbtqi+", "Marielle Franco", "Saúde pública" e "Laicidade". Aos pés da torre Eiffel, o grupo de dez pessoas, deitadas no chão e portando cruzes, representava a população brasileira.

“O objetivo foi o de alertar a comunidade internacional e os líderes mundiais de que eles estão colaborando para o massacre quando continuam a negociar com um país sob o jugo fascista”, declaram os organizadores.


“Este presidente tem um pacto com a morte. Trata-se de um governo genocida. Ele é o maior representante da necropolítica no mundo atual, e com a pandemia isso se tornou ainda mais evidente. Trata-se de um governo que não só não previne a morte como a induz”, denuncia Mutti.

Produzido em parceria com a Ubuntu Collectif Audiovisuel, o vídeo-arte “Génocide” também presta solidariedade às mais de 40 mil vitimas da Covid-19 no Brasil.

O vídeo termina com a frase “Quem mandou matar Marielle?”.

Assista ao vídeo:




O manifesto


“Génocide: Genocídio

O Brasil morre a cada dia um pouco mais quando seu povo é ceifado pela pandemia, sendo o segundo país mais atingido, com um número real de vítimas certamente dez vezes superior ao anunciado, e a grande parcela da população precária e explorada é de novo sacrificada no altar dos lucros de uma minoria insaciável e disposta a endossar todos os crimes, a fim de preservar seus privilégios.

O Brasil morre a cada dia um pouco mais quando sua frágil democracia é atacada por uma gangue de mafiosos que chegou ao Planalto Central por meio de eleições manipuladas, e que implicitamente autoriza todas as formas de violências racistas, homofóbicas, contra políticos adversários, ambientalistas, povos nativos e profissionais da imprensa, incentivando a destruição de suas florestas e reservas naturais, entregues ao apetite ilimitado de gigantes do agronegócio e aventureiros sem escrúpulos.

Com o Brasil, é um pouco da beleza do mundo, de sua diversidade humana e ambiental, da sua magia, que morre a cada dia, sob o ensurdecedor silêncio das democracias e, em particular, dos países europeus que, ao fazerem de conta que nada de grave está contecendo, continuam seus negócios com um governo cínico e mortal, que atropela todos os princípios.

E, no entanto, um outro Brasil ainda é possível.

Alerte France Brésil / Md18 Oficial”


RFI

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