Os bancos lutam por proteção estatal —contra a concorrência e o liberalismo— para afastar o WhatsApp do serviço de pagamentos e transferências bancárias no Brasil. Os banqueiros acham que liberalismo econômico, o Estado mínimo, é bom para os outros. Eles querem o Estado Máximo, com tutela especial do Banco Central (BC) e do ministro Paulo Guedes.
Uma semana após o WhatsApp lançar no Brasil o funcionamento do serviço de pagamentos e transferências bancárias, a autoridade monetária alegou que a solução não pode operar sem uma autorização prévia para não comprometer a concorrência do sistema de pagamentos brasileiro. O BC promete se reunir hoje (24) com o aplicativo de Mark Zuckerberg, que também é dono do Facebook.
O BC afirmou ainda que tomou essa decisão para “preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”. “O eventual início ou continuidade das operações sem a prévia análise do Regulador poderia gerar danos irreparáveis ao SPB notadamente no que se refere à competição, eficiência e privacidade de dados”, jurou.
O documento do Banco Central também alerta que a Visa e a Mastercard podem ser multadas e podem até ter que responder a um processo administrativo caso descumpram essa determinação e sigam trabalhando na implantação do serviço de pagamentos do WhatsApp. As empresas foram as primeiras firmar uma parceria com o Facebook, que é o dono do WhatsApp, para viabilizar a realização de pagamentos digitais pelo aplicativo de mensagens. O serviço, batizado de Facebook Pay, foi lançado na semana passada e estava sendo liberado gradualmente para os usuários do WhatsApp no Brasil.
WhastApp x bancos. Quem vencerá essa guerra do trilhão?
Com cerca de 120 milhões de usuários no Brasil, o WhatsApp resolveu entrar no trilionário mercado de pagamentos online. O aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones, assustou os bancos brasileiros, que decidiram abandonar o sistema nas vésperas de seu lançamento.
O WhatsApp anunciou na segunda-feira (15) que passaria a permitir transações financeiras pelo aplicativo de mensagens e que a estreia global do serviço seria no Brasil. O aplicativo pertence ao americano Mark Zuckerberg, dono do Facebook.
O serviço de transações financeiras via aplicativo WhatsApp pode angariar cerca de 50 milhões de clientes brasileiros, estimam os especialistas.
As principais casas bancárias brasileiras –Bradesco, Itaú e Santander– usam como pretexto para a desistência a dificuldade em conciliar o desenvolvimento da tecnologia e as respostas necessárias para o atual momento de pandemia do coronavírus.
Para leitor ter uma ideia do que estamos falando, os meios eletrônicos de pagamento movimentaram R$ 2 trilhões em 2019. Em virtude da pandemia de coronavírus, neste ano, esse volume de transações online poderá ter crescimento de até 20%.
O WhatsApp afirma que tem como objetivo firmar parcerias com uma ampla variedade de instituições financeiras para ajudar os brasileiros a transferir dinheiro facilmente e, também, para fazer pagamentos para pequenas empresas, a fim de ajudá-las a se adaptar à economia digital e impulsionar o crescimento e a recuperação financeira.
O sistema do WhatsApp permite transferências gratuitas entre pessoas —nos grandes bancos, cada transferência do tipo TED feita por canais digitais custa quase R$ 20— e o pagamento de compras a comerciantes no crédito e no débito.
O WhatsApp jura que não terá lucro com a taxa cobrada sobre as transações, mas comerciantes pagarão 3,99% por venda para cobrir os custos de processamento da Cielo.
De acordo com um estudo do Distrito Dataminer, o meio de pagamento mais usado no Brasil ainda é o dinheiro, adotado por 96% da população. Ele é seguido pelo cartão de débito (52%) e de crédito (46%). Depois, vêm o débito automático (23%) e a transferência bancária (16%).

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