A denúncia do Ministério Público contra Geraldo Alckmin por “caixa-2″não tem quase nenhuma repercussão nacional, até porque Geraldo Alckmin nunca teve expressão nacional, como mostraram seus resultados em 2018, quando seu melhor desempenho não chegou a 10% em São Paulo e foi pífio por todo o país, ao ponto de perder para o Cabo Daciolo em Pernambuco.

Mas tem alguma nas eleições municipais em São Paulo, sobretudo pela proximidade que tem com Bruno Covas, de quem era – até afastar-se hoje – o coordenador de programa de governo.

É bem verdade que o até agora segundo colocado nas pesquisas, Márcio Franca, também é salpicado pelas denúncias, já que era o vice da chapa de Alckmin que, pela acusação do MP, seria igualmente beneficiário do caixa 2 odebretchiano.

Beneficiários?

Em primeiro lugar, os permanentes outsiders das eleições paulistanas: Celso Russomano, que aparece bem e desaparece logo e José Luiz Datena, que sempre ameaça e não vai. Ambos, embora talvez não sejam candidatos, têm perfil para absorver os votos de direita.

No campo da esquerda, onde o PT parece estar fazendo de tudo para fugir da disputa, escolhendo um candidato a “presidente de clube” como candidato, não desdenho da possibilidade de Guilherme Boulos crescer e se firmar como estuário do voto progressista, mas com escassíssimas chances de enfrentar um eventual segundo turno, se chegasse a ele.

Mesmo que haja uma improvável aliança com Marta Suplicy, que carrega o saldo positivo de sua administração na cidade, especialmente nos bairros pobres, as possibilidades são pequenas, no quadro de hoje e para eles não virá vantagem de que Covas seja associado às suspeitas do padrinho Alckmin.

As eleições municipais, salvo por uma reviravolta da qual não se tem sinais, tendem a ser uma disputa burocrática e despolitizada, que em nada prepararão o embate de 2022, este sim, um “sim ou não” à continuidade de Bolsonaro.


Tijolaço

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