O mapa, publicado pela Folha, dos vaivéns de cargos e o sobe-e-desce de remunerações de assessores no gabinete do então deputado Jair Bolsonaro, ao longo de seus 28 obscuros anos na Câmara e os troca-trocas com os gabinetes dos filhos com mandato só confirmam que a política, ali, era antes de tudo uma espécie de “empresa familiar” dos Bolsonaro.
Foram 110 nomeações só no gabinete do “papai”, com 350 movimentações que implicaram, durante muito tempo, em pagamento de rescisões contratuais e liquidação de férias em dinheiro.
Não é, claro, novidade na política brasileira, mas retrata o trato da atividade parlamentar como patrimônio privado, mecanismo de acumulação de renda em família, repetindo, em nome do “moralismo” uma das mais imorais tradições da vida brasileira.
Bolsonaro, é claro, vai reagir com fúria à investigação do jornal que, afinal, não faz senão reproduzir informações que são públicas e que dizem respeito a gastos com dinheiro público.
E seus fanáticos dirão, é claro, que ele é o paladino da moralidade e dos valores familiares.
Literalmente, valores e familiares.

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