"A vitória eleitoral contundente demonstra que em 2019 não houve fraude, mas sim um golpe de Estado. Com Lucho Arce, levantaremos, unidos, novamente a Bolívia", disse o ex-presidente boliviano em entrevista ao jornalista Breno Altman. Assista

Evo Morales e Lucho Arce (Foto: Divulgação)

247 - O ex-presidente boliviano deposto por um golpe de Estado em 2019, Evo Morales, disse em entrevista ao jornalista Breno Altman, do Opera Mundi, que a vitória de Luis Arce, do MAS (Movimento ao Socialismo), na eleição presidencial de 2020 é uma resposta aos golpistas e se trata de "um triunfo histórico e inédito".

Para Morales, "a vitória eleitoral contundente demonstra que em 2019 não houve fraude, mas sim um golpe de Estado". "Com Lucho Arce, levantaremos, unidos, novamente a Bolívia", disse. Ele ainda afirmou que o golpe do ano passado teve como objetivo a dominação do lítio, recurso natural boliviano estratégico para empresas de tecnologia. "O golpe de 2019 também foi um golpe ao lítio. As empresas norte-americanas reconheceram que financiaram o golpe de Estado. A luta da humanidade é a luta de quem controla os recursos naturais. Na Bolívia, graças à luta dos movimentos indígenas e dos movimentos nacionais, decidimos nacionalizar e recuperar os recursos para mudar a situação política do país".

Evo Morales ainda cobrou que os demais países da América Latina se protejam e protejam os recursos naturais próprios e dos vizinhos. "Os países da América Latina têm a obrigação de defender nossos recursos naturais. Por que tantas tentativas de invasão, de golpe dos EUA na Venezuela? Tantas ameaças jurídicas contra meu irmão Nicolás Maduro [presidente venezuelano]? É por seu petróleo!".

O ex-presidente contou que ficou surpreso com a "união" de seu povo, que levou Arce à presidência. "Com a unidade do povo, com essa convicção revolucionária, com esse alto espírito democrático e pacifista, democraticamente derrotamos os golpistas e as políticas dos Estados Unidos. Foi impressionante a vitória. Creio no movimento indígena, nas forças sociais do meu país".

Sob o comando de Arce, a Bolívia, segundo Evo Morales, continuará mantendo uma relação saudável com os países vizinhos, inclusive com o Brasil de Jair Bolsonaro. "Será uma relação sempre de amizade, assim como tivemos com [o então presidente argentino Mauricio] Macri, [o presidente brasileiro Jair] Bolsonaro e [o presidente chileno Sebastián] Piñera, apesar das diferenças ideológicas e programáticas na América Latina. Precisamos trabalhar nossas diferenças".

Morales descartou a possibilidade de assumir um cargo no governo do colega. "Não, jamais assumiria. Vou ao Trópico de Cochabamba [região ao norte da Bolívia] para fazer agricultura, uma piscina de tambaqui".

Assista à íntegra da entrevista conjunta feita pelo Opera Mundi e pela TV 247 com o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales:

Com informações do Opera Mundi e do Brasil de Fato.

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