As milícias do Rio mantêm parcerias com as polícias, com facções criminosas e com igrejas evangélicas pentecostais, mas tentam se infiltrar em prefeituras e em Câmaras de Vereadores, de acordo com estudo da organização Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos


Polícia do Rio de Janeiro
Polícia do Rio de Janeiro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)


247 - As milícias do Rio de Janeiro mantêm parcerias com as polícias, com facções criminosas e com igrejas evangélicas pentecostais, mas tentam se infiltrar em prefeituras e em Câmaras de Vereadores. Foi o que apontou um estudo a ser apresentado nesta segunda-feira (26), pela Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos. Integrantes a organização pesquisadores de sete universidades do Rio de Janeiro, entidades da sociedade civil, centros de pesquisa de entidades jurídicas e jornalistas.

"Desde sua origem, os grupos milicianos procuraram se posicionar junto às populações dos territórios onde atuavam com um discurso de escudo em face do jugo do tráfico. Construíram sua identidade como antagonistas do tráfico, valendo-se, para tanto, do fato de que a guerra entre polícia e traficantes era uma fonte permanente de insegurança para os moradores das favelas", afirma o texto. O teor do documento foi publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Os milicianos passaram a controlar a venda de vários tipos de produtos básicos ou valorizados em comunidades. De acordo com a pesquisa, "há registro de atuação de milícias em serviços de transporte coletivo, gás, eletricidade, internet, agiotagem, cestas básicas, grilagem, loteamento de terrenos, construção e revenda irregular de habitação, assassinatos contratados, tráfico de drogas e armas, contrabando, roubo de cargas, receptação de mercadorias e revenda de produtos de diversos tipos e proveniências".

"Diversamente de outros grupos armados e/ou criminais, as milícias têm como característica sua não especialização. Essa diversificação parece ser um dos grandes propulsores econômicos das milícias e uma vantagem em relação aos seus concorrentes em cada mercado específico", continua.

A diversificação "garante não apenas acesso a diferentes fontes de recursos econômicos, mas também a possibilidade de atuação variável e flexível a depender de sua rentabilidade circunstancial".

Milícias e facções criminosas se uniram em algumas áreas do Rio. "Mais recentemente já se observa um processo de simbiose entre tráfico e milícia. Até onde foi possível saber, tal simbiose tanto tem acontecido pela mudança no comportamento dos traficantes, que passam a impor em suas áreas práticas caras à milícia; quanto com a milícia incorporando a seus negócios o mercado do varejo de drogas", diz a Nota Técnica.

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