Extremista reclama que todos os que tiveram contato com ela estão sendo exonerados; “Eu sou a filha que Damares abortou”, diz sobre a ministra que a contratou por alguns meses

Por Fabíola Salani

Sara Winter Geromini - - Reprodução

A imagem do abração de Dias Toffoli em Jair Bolsonaro que levou a hashtag #BolsonaroTraidor às trending topics do Twitter abalou outra defensora do capitão reformado: a militante de extrema direita Sara Giromini. A extremista escreveu um longo desabafo em seu Facebook neste domingo (4) dizendo que não sabe o que está acontecendo com seu mito.

“Não reconheço Bolsonaro”, disse ela na publicação. “O homem que eu decidi entregar meu destino e vida para proteger um legado conservador”, escreveu.

O protesto virtual dos apoiadores de Bolsonaro se deve à nomeação do desembargador Kássio Nunes ao Supremo Tribunal Federal (STF). A “traição”, segundo os seguidores do capitão reformado, está em ele não ter indicado um conservador mais explícito para a vaga aberta com a aposentadoria de Celso de Mello. A cena do abraço de Toffoli, ex-presidente do STF muito atacado nos protestos de bolsonaristas, foi a gota d’água para eles, que não aceitam que seu mito “se renda ao establishment”, segundo sua visão.

É a linha de raciocínio da autonomeada Sara Winter. Fazendo um drama, ela escreveu: “Estou vivendo pela vontade de fazer justiça com todos os que estão presos por defender Bolsonaro. Mas não posso mais contar com ele, pois infelizmente, por ‘estratégia’ se tornou parte do establishment”, escreveu.

Em outro trecho, a militante de direita diz que “nem no governo Bolsonaro existem direitos humanos para os conservadores”, embora não dê para entender bem o que isso significa. Quando menciona a cena do abraço de Toffoli no presidente, dá a entender que se sente abandonada pelo mito. “Bolsonaro? Que inveja eu tenho do Toffoli. Ele pelo menos ganhou um abraço do Bolsonaro”, escreveu.

Mas, no meio do texto, ela começa a mostrar seus problemas particulares com o governo. Sara reclama que a orientação do governo é exonerar todos os que tiveram contato com ela na administração de Bolsonaro, a começar pelo ministério chefiado por Damares Alves, no qual ela mesma foi alocada por alguns meses. “Damares? Eu sou a filha que Damares abortou”, escreveu a extremista que já foi bem próxima da ministra.

A extremista, enfim, disse que está cansada. “Cansada de ficar calada enquanto vejo o governo que dei minha vida enfiar uma piroca no meu cu”, escreveu, com a delicadeza que é comum aos apoiadores do titular do Planalto.

No final, a defensora de Bolsonaro faz questão de negar que, com seu desabafo, esteja se afastando do ídolo. “Eu não quero atirar no Bolsonaro. Eu quero menos ‘estratégia’ e mais conservadorismo”, finalizou.

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