Reprodução

27/05/2021 - 09h25

 

Os áudios acima são atribuídos ao vice-prefeito de Jacareacanga e a um garimpeiro. O vice é da etnia Munduruku. O garimpeiro se refere a indígenas revoltados com a operação da PF, que queima máquinas escavadeiras chamadas PC. Parte dos indígenas da região aderiu ao garimpo ou deixa que se faça garimpo em suas terras em troca de uma parte do ouro retirado.

Da Redação, com JN e áudios enviados por fonte na região


Garimpeiros tentam impedir operação contra garimpo ilegal em terras indígenas no Pará


Garimpeiros, apoiados por políticos locais, interditaram principal acesso a Jacareacanga. Grupo incendiou casas de uma aldeia e, segundo a PF, tentou invadir base da operação para destruir equipamentos.

Por Jornal Nacional

Garimpeiros, com apoio de políticos, tentaram impedir uma operação da Polícia Federal e do Ibama contra o garimpo ilegal em terras indígenas no sudoeste do Pará. Horas depois, um grupo incendiou casas de uma aldeia.

No início da manhã desta quarta-feira (26), um carro de som convocava a população de Jacareacanga para participar do protesto contra a operação de combate ao garimpo ilegal: “Estamos convidando você, meu amigo, você, minha amiga, toda população, para participar de uma grande manifestação pacífica”.

A manifestação em favor de uma atividade proibida nas terras indígenas também teve o apoio do vice-prefeito de Jacareacanga, Valmar Kaba Munduruku.

“Agora que é o momento de se articular. Cadê o pessoal que gosta de fazer movimento, tomar a frente do movimento, agora que é a hora? De minha parte, eu topo. Fechar restaurante, todo comércio que vende alimento”, afirmou o vice-prefeito em áudio.

O grupo interditou o principal acesso ao município.

Um dos homens atirou um objeto em direção à polícia. O agente reagiu com uma bomba de efeito moral, dispersando o grupo.

Outro homem aponta um arco para o helicóptero dos agentes.

Segundo a Polícia Federal, o grupo também tentou invadir a base da operação para destruir equipamentos.

Os policiais reagiram com bombas, que também foram disparadas de um helicóptero.

Segundo a polícia, dez manifestantes ficaram feridos sem gravidade e foram levados para o Hospital Municipal de Jacareacanga.

Desde terça-feira (25), uma operação com 134 agentes da Polícia Federal, do Ibama e da Força Nacional, combate o garimpo ilegal nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, no sudoeste do Pará.

A operação atende a uma determinação do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que exigiu do governo federal a adoção de medidas urgentes para proteger a vida, a segurança e a saúde dos indígenas da região.

A articulação dos povos indígenas do Brasil e outras organizações denunciaram o ataque de garimpeiros a uma aldeia Munduruku, no início da tarde desta quarta-feira, como forma de retaliação à operação policial.

No local, vivem lideranças que se mobilizam para combater a extração ilegal de ouro na terra indígena.

Várias casas foram incendiadas na aldeia, que fica no alto Rio Tapajós. Uma das indígenas gravou mensagens de áudio relatando o desespero.

“Chegando com combustível para queimar. Estão todos aqui, armados”, contou a indígena.

“Está dando tiro em todo lugar”, continuou. “Está dando tiro, por favor, me ajuda!”

O garimpo ilegal nas terras Munduruku tem o apoio de um pequeno grupo de indígenas, que permite o acesso de garimpeiros em troca de uma porcentagem na venda de ouro.

Neste ano, garimpeiros têm atacado e ameaçado lideranças que não concordam com a mineração ilegal.

Segundo dados do Inpe, entre 2018 e 2020, a destruição em terras Munduruku triplicou. Nesse período, o garimpo devastou uma área do tamanho de mais de 4 mil campos de futebol.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta que os órgãos que combatem o garimpo ilegal e o desmatamento têm equipes reduzidas e uma área enorme para cobrir e que, em razão disso, o governo precisa recorrer às Forças Armadas em ações na Amazônia.

 


viomundo.com.br 

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