Da Redação


Federalizado em 2008, durante o segundo mandato do ex-presidente Lula, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), baseado em Porto Alegre, está sendo liquidado pelo governo Bolsonaro justamente quando o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações é um astronauta.


Não poderia haver algo mais simbólico do desprezo do atual governo pela soberania nacional.

O argumento oficial é que o CEITEC não dá retorno financeiro.

Porém, é o centro avançado da microeletrônica do Brasil.

Segundo engenheiro Marcos Dossa, da Associação de Colaboradores do CEITEC, a liquidação da empresa, que já está em andamento, representa o “suicídio da eletrônica” brasileira, justamente num momento em que as grandes potências investem pesado no setor.

O senador Paulo Paim (PT-RS) recrutou seus colegas senadores gaúchos para tentar impedir em Brasília o fim do Centro.

“Esta empresa é peça fundamental, necessária e estratégica na chamada indústria 4.0 (quatro ponto zero) no Brasil. O governo federal pode fomentar a Ceitec adquirindo chip usado na emissão de passaporte e os Correios comprarem TAG de logística. O Brasil é um dos poucos países de economia forte que não domina a cadeia de produção de circuitos integrados”, argumentou Paim.

Dossa afirma que o fechamento da “sala limpa” ou a demissão dos funcionários que cuidam dela poderá ser o golpe de morte na empresa.

Conforme explica a empresa em seu perfil do Facebook, a “Sala Limpa é a denominação de um ambiente onde a concentração de partículas em suspensão no ar é controlada. Estas salas são construídas e utilizadas de maneira a minimizar a introdução, geração e retenção de partículas no seu interior. As Salas Limpas são necessárias em atividades em que a contaminação por partículas não pode interferir no resultado como, por exemplo, na indústria farmacêutica, laboratórios químicos, hospitais, mecânica de precisão, entre outros”.

Dossa diz que o fechamento do CEITEC não é apenas um erro estratégico de longo prazo para a tecnologia nacional, mas defende que outros centros do mesmo tipo sejam criados em outras partes do Brasil, pois o microchip é o petróleo do século 21.

Um paralelo histórico pode ser feito com a privatização da telefonia, que aconteceu justamente quando a estatal do setor mirava em desenvolver os componentes para os telefones celulares, que provocaram uma explosão de lucros do setor.

Naquele caso, a privatização promovida pelo governo de Fernando Henrique Cardoso entregou o mercado para operadores estrangeiros e demoliu o embrião de indústria nacional.

No caso da Petrobras, foi o Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello, CENPES, que desenvolveu a tecnologia de buscar petróleo em águas profundas, responsável pela descoberta do pré-sal.

Demolir a CEITEC, segundo Dossa, equivale a um haraquiri. Vale a pena ver e disseminar a entrevista que ele deu ao Viomundo (topo).

 

  viomundo.com.br

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