Terceiro ato em São Paulo pede o impeachment de Bolsonaro, a vacinação em massa da população contra a covid-19 e um auxílio emergencial ao trabalhador

Ex-prefeito de São Paulo que disputou a presidência em 2018, disse que a cada ato, Bolsonaro tem mais medo


Por Felipe Mascari e Gabriel Valery | RBA

São Paulo – O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse neste #3J que, a cada nova manifestação, o presidente fica “com mais medo”. O petista esteve na concentração do #3J na Avenida Paulista, que começou às 15h, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Celebrando a forte mobilização na Avenida Paulista, Haddad disse “o povo veio se reencontrar com seu destino e tomar o país de volta de suas mãos (de Bolsonaro)”.

“Você é um assassino, desgraçado, que matou 500 mil brasileiros. Você vai pagar por esses crimes”, afirmou Haddad. “Toda vez que você ameaçar a democracia, as ruas vão se encher de gente que luta por esse país. Você saiu dos porões da ditadura e está com os dias contados”, acrescentou, sendo seguido por um coro de “olê, olê, olá, Lula, Lula”.

O #3J de São Paulo, levou nesta sábado (3) cerca de 200 mil pessoas à Avenida Paulista pelo impeachment de Bolsonaro, a vacinação em massa da população contra a covid-19 e pelo um auxílio emergencial de R$ 600,00 até o final da pandemia.

A agenda de luta é organizada pelos movimentos sociais e populares, sindicatos, organizações feministas e da juventude, que encabeçam o levante. É a terceira manifestação realizada contra o governo Bolsonaro. Nas outras duas, outras 200 mil pessoas também foram às ruas do centro de São Paulo.

Impeachment de Bolsonaro

Os movimentos que foram às ruas hoje em todo o país são signatários do superpedido de impeachment, apresentado nesta semana ao Congresso Nacional. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta do partido, também celebrou os “três atos consecutivos mostrando a força da mobilização popular”.

“Essa semana apresentamos um super pedido de impeachment para denunciar 23 crimes cometidos pelo presidente, inclusive o de prevaricação. Agora, precisamos pressionar a Câmara dos Deputados para que se abra o processo. E isso só será possível com o povo na rua e muita mobilização”, defendeu Gleisi.

Ainda durante o ato do #3J, o líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, comemorou a presença de bandeiras do Brasil no ato de hoje. “Os milicianos diziam que a bandeira do Brasil jamais seria vermelha. Eles mancharam nossa bandeira de sangue”, disse.

Boulos também destacou as relações do bolsonarismo com a milícia carioca, além das acusações de corrupção. “Os bolsonaristas tomaram essa avenida dizendo que era para acabar com a corrupção. Agora, a gente viu essa turma roubando dinheiro em contrato de vacina em meio a uma pandemia. E agora?”, questionou.

O dirigente prosseguiu em uma resposta ao presidente, que classificou todos os brasileiros que discordam dele como “vagabundos”. “Ele chamou os manifestantes de hoje de vagabundos. Vagabundo é quem rouba dinheiro de vacina. Vagabundo é quem faz rachadinha de gabinete. Não são só vagabundos. São vagabundos e covardes que gritam, atacam nas redes sociais, mas ficam caladinhos na CPI. Covardes que só sabem xingar jornalistas mulheres. Covardes que jogam bombas em indígenas em Brasília”, disse.

Avenida Paulista lotada

Apesar das centenas de milhares de pessoas, a manifestação teve como pincípio a segurança sanitária. Ao contrário das aglomerações bolsonaristas, os presentes nos atos de hoje permaneceram, majoritariamente, de máscaras. Coletivos chegaram a distribuir, gratuitamente, durante todo o ato, máscaras e álcool gel. Os que ali estavam, deixaram claro durante todo o ato a contrariedade de duas presenças. Todos estavam ali contra suas vontades, apenas porque “Bolslsonaro representa maior perigo do que o vírus”, relatam.

União de forças

O presidente do Psol, Juliano Medeiros, destacou o projeto de ataques à soberania nacional que estão permeados no bolsonarismo. Entretanto, devido à urgência, o líder socialista comemorou a união de forças em defesa da vida e em oposição a Bolsonaro. “Não estamos sozinhos, nenhum partido nem movimento social. Então, agradeço a todos que estão nas ruas, em meio a uma pandemia, mais de 300 atos, contra um presidente genocida. É a raiva, a indignação que está no nosso coração”, disse.

“Nossa luta é pela vida. Nossa indignação é também contra Arthur Lira. Presidente da Câmara, que prefere tirar direitos de indígenas a abrir o processo de impeachment. Já aprovou na Câmara a independência do Banco Central para entregar para a elite econômica a riqueza dos brasileiros. Nossa indignação tem que ser direcionada a todos eles”, completou o psolista.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que lotar as ruas do Brasil é o espírito que “construiu a democracia do país”, por isso é preciso continuar a luta para derrotar o projeto de Bolsonaro. “Bolsonaro é chamado de genocida não por acaso. Todo dia, quando denunciamos o genocídio que ele patrocina, a base dele tenta passar pano. Mas temos que repetir que mais de meio milhão de brasileiros foram mortos. E o sangue desses mortos está nas mãos de Bolsonaro”, criticou Silva. 

redebrasilatual.com.br


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